Rua Domingos Fernandes
Rua Domingos Fernandes (bandeirante, fundador de Itu)
A Rua Domingos Fernandes localiza-se entre a Praça Duque de Caxias e a Rua dos Andradas, na altura do cruzamento entre esta e a Praça Regente Feijó. Tem como referência a Academia Alongue-se e os fundos da igreja e convento do Carmo.
Seu nome está ligado à figura do fundador da cidade de Itu, Domingos Fernandes que, juntamente com seu genro Cristóvão Diniz, deu início à povoação sob as bênçãos de Nossa Senhora da Candelária, nos idos de 1610, no dia 2 de fevereiro.
Os pais de Domingos Fernandes eram o fidalgo português Manuel Fernandes Ramos e a paulista Suzana Dias, pais também de Baltazar Fernandes, André Fernandes, Pedro Fernandes, Custódia Dias, Benta Dias e Ângela Fernandes. Os Fernandes ficaram conhecidos na genealogia das famílias paulistas com o título de Povoadores. André e seu pai Manuel fundaram Parnaíba. Baltazar é o fundador de Sorocaba. Suzana Dias, a grande matriarca, era neta do cacique Tibiriçá e foi alfabetizada por Anchieta.
No século XVII, durante decênios, Itu foi o ponto mais profundo do povoamento de todo o Brasil — a “Boca do Sertão”, de onde partiam, em busca de riquezas como o ouro e pedras preciosas, além do aprisionamento de indígenas, para posterior utilização como mão-de-obra escrava. O lugarejo se tornou um importante entreposto entre Santana de Parnaíba/SP e o velho porto do rio Tiête, Araritaguaba, em Porto Feliz.
E realmente, naquela época, era o novo povoado, o núcleo civilizado mais distante do litoral existente em todo o Brasil, cerca de 160 quilômetros.
Itu tem mesmo uma riquíssima e importante história. Foi a vila mais abastada da capitania de São Vicente, entreposto comercial na rota entre o Sul do país e as regiões mineradoras de Mato Grosso e Goiás e cabeça de Comarca, abrangendo seis vilas: Apiaí, Campinas (São Carlos), Itapetininga, Itapeva, Porto Feliz e Sorocaba, além de quatro freguesias: Cabreúva, Capivari, Indaiatuba e Monte Mor (Água Choca). Sua jurisdição ia de Franca a Curitiba. Teve engenhos movidos à mão-de-obra escrava, fazendas de café, ferrovia e importantes fábricas, além de sediar a Convenção Republicana, que fundou o Partido Republicano Paulista.
Nos dias de hoje, quando comemoramos 400 anos de sua fundação, ficamos obrigados, como cidadãos ituanos, tão orgulhosos dos feitos de seus antepassados, de zelar para que a trajetória percorrida pelos que construíram Itu não seja manchada por interesses obscuros ou, até mesmo, por desconhecimento ou descaso.