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Publicado: Terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Rua Santa Rita e Rua Santa Cruz

Rua Santa Rita e Rua Santa Cruz
Santa Rita de Cássia
Exemplos de crescimento
As Ruas Santa Rita e Santa Cruz são dois dos exemplos ilustrativos do crescimento de Itu, então vila, na primeira metade do século XIX.
Segundo dados demográficos do período, ambas as ruas faziam parte do fluxo de crescimento populacional de Itu e da expansão de seu perímetro urbano, que representa a ocupação do Pátio do Carmo até a linha do Pátio do Patrocínio, por volta de 1810.
Além da Rua do Rosário, hoje Floriano Peixoto (paralela à Rua Direita, atual Paula Souza), Rua das Flores (Marechal Deodoro) e Rua da Palma (Rua dos Andradas), as ruas Santa Rita e Santa Cruz formavam o eixo de maior atividade urbana (comercial e residencial) da época.
 
Rua Santa Rita
Primeiramente citada em 1790, apresenta, no início do século XIX, 56 construções, passando para 71 em 1816 e 76 dois anos depois.
No início, havia muita atividade têxtil na Rua Santa Rita, sendo, aos poucos, substituída por atividades mais diversificadas (alfaiataria, marcenaria, sapataria etc.). Casas de negócios e de profissionais liberais somam 31 casas (22 e 9, respectivamente).
 
Santa Rita de Cássia: história de fé e mito do cristianismo ocidental
Santa Rita nasceu em maio de 1381, um ano após a morte de Santa Catarina de Siena, também italiana.
Foi proveniente de Cássia, localidade próxima a Assis que foi palco de invasões e guerras entre povos vizinhos. Filha de pais religiosos, a história de Rita foi, desde início, envolta em misticismo, já que conta-se que sua mãe Amata, já com 62, recebera a visita de um anjo que lhe anunciou a gravidez. Sendo assim, foi educada na fé Católica desde pequena, tendo crescido analfabeta, sem estudo formal.
Casou-se jovem com Paolo Ferdinando, homem mulherendo e violento, com quem conviveu por 20 anos. Contudo, conta a história que não se revoltou; ao contrário, apegou-se na fé para não somente sobreviver ao casamento, como também para aconselhar outras mulheres que tinham problemas com seus maridos.
 
Costumava dizer: "lembrai que, desde o momento em que recebemos nossos esposos, como maridos, os aceitamos como nossos donos e senhores, e assim lhes devemos amor, obediência e respeito, pois isto significa ser casadas! Notai que não tem menos culpa a mulher que fala mal de seu marido do que o marido que, com incorreto proceder, dá ensejo à mulher para que fale mal".
 
Sua atitude acabou por convertendo o marido o qual, contudo, acabou assassinado. Na época, Rita já tinha dois filhos homens, que juraram vingança pelo pai, mesmo contra vontade de Rita.
 
Mais uma vez, conta a história que, em orações, Rita pediu que Deus salvasse as almas de seus dos filhos e que tirasse suas vidas antes que se perdessem para a eternidade por cometer um pecado mortal. E ambos morreram enfermos.
Viúva e sem filhos, Rita ingressou no Convento das Augostinianas. Uma noite, enquanto Rita dormia profundamente, ouviu que a chamavam: “Rita, Rita, Rita!”. Isto ocorreu três vezes, a terceira vez Rita abriu a porta e ali estavam São Agostinho, São Nicolau de Tolentino e São João Batista de qual ela havia sido devota desde muito menina. Eles lhe pediram que os seguissem. Depois de correr pelas ruas de Roccaporena. No pico de Scoglio, onde Rita sempre ia orar sentiu que a levantaram no ar e a empurravam suavemente.
Encontrou-se acima do Monastério de Santa Maria Madalena em Cássia. Então caiu em êxtase. Quando saiu do êxtase se encontrou dentro do monastério embora todas as portas estivessem trancadas, ante aquele milagre as monjas Augostinianas não puderam negar-lhe entrada.
 
É admitida e faz a profissão esse mesmo ano de 1417, e ali passa 40 anos de consagração a Deus.
São atribuídos a ela outros milagres, inclusiva na ocasião de sua morte. Diz-se que, em um momento de oração, clamou que o Senhor lhe fizesse sentir um pouco da dor que seu Filho havia sentido na cruz. Então, da coroa que cingia a cabeça da imagem de Jesus, desprendeu-se um espinho que se cravou na fronte de Rita, causando-lhe intensíssima dores até à morte.
 
Aquela ferida era fonte de desgosto para as religiosas que não podiam suportar a vista daquela repugnante ferida, vendo-se, por esse motivo, obrigada a viver isolada de suas amadas irmãs. As chagas de Santa Rita, sem dúvida exalavam um odor pútrido, pelo que devia afastar-se das pessoas. Por 15 anos viveu sozinha, longe de suas irmãs monjas.
 
Rua Santa Cruz
Também tem registro em 1790, quando era chamada de “Rua Nova”. Apresentou um desenvolvimento acelerado nas duas primeiras décadas do século XIX. Em apenas 12 anos (1790 a 1802), a Rua Santa Cruz viu seu número de residências e construções aumentar de 23 para 42. Em 1816, eram 74.
Segundo dados da época, a atividade comercial da rua dividia-se entre costureiras, artesãos e comércio em geral, que se desenvolveu muito a partir da primeira década do referido século.
 
Dividindo o status
As Ruas Santa Rita e Santa Cruz dividem com a Floriano Peixoto, o status de ruas mais movimentadas e comercialmente importantes.
Quem mora
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