Publicado: Sexta-feira, 1 de junho de 2007
Ruas Floriano Peixoto

A Rua Floriano Peixoto
O projeto original da Rua Floriano Peixoto, coração econômico e comercial do centro antigo de Itu, data de 1774, estando oficialmente registrada no censo ituano a partir do ano de 1790. Contudo, estudos apontam que, certamente, a Rua Floriano (certamente, não com este nome) já existia anteriormente a essa data. Possivelmente, seu nome original era o de "Rua das Baratas" - o porquê desse nome, é desconhecido - e sabe-se que era habitada por pessoas de poucas posses estando, portanto, longe do movimento econômico/comercial que passou a caracterizá-la no século XX. Em meados de 1790, a então rua possuía 36 casas - 27 das quais classificadas, de acordo com os padrões da época, como casas de poucas posses. Vale salientar um dado interessante: essa medição, sobre a qual se baseada a classificação social, tinha como um dos critérios a posse de escravos. Nesse classificação, essas 27 referidas residências não possuíam servos negros e, por isso, fora atribuída à rua a classificação de local de moradias simples, de gente de poucos recursos.
Segundo nome: Rua do Rosário
No início do século XIX, a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário adquiriu um terreno na área com o objetivo de erguer um templo mas, nos anos 30 do mesmo século, essa propriedade foi vendida. Contudo, a iniciativa das irmãs do Rosário foi determinante na história da rua Floriano que, em 1812, passou a se chamar "Rua do Rosário". O censo ituano da época computa, nessa rua, na época, 29 residências cujas principais características estavam voltadas à prática de atividades liberais como artesanato, alfaitaria, pintura, sapataria, costuraria etc. Nesta mesma data, apenas um estabelecimento comercial de grande porte, de atividade não-definida, estava estabelecido na rua. Novamente, nota-se que a classificação de "grande porte" tinha como referência o número de escravos: 13 foram computados.
Expansão e desenvolvimento: sementes da Rua Floriano Peixoto
Essa fase da então rua do Rosário foi fundamental para o perfil que a hoje Rua Floriano passou a exibir. As atividades econômicas, de cunho liberal, desenvolvidas na região indicam terem sido as responsáveis por um rápido desenvolvimento, tanto que o mesmo censo aponta que, já em 1825, o número de habitações saltou de 29 para 60, dos quais 43 comerciais (entre costurarias, escrivães, ourives, advogados, secos e molhados, vendas etc.). Somente nove eram residências. Outro salto populacional é notado em 1865 - segundo documentação da época, somavam-se 92 casas na rua - 6 sobrados, localizados entre a região da atual Rua XV de Novembro e Igreja Matriz. Nessa época, a hoje rua Floriano passa a se chamar Rua do Comércio, vivendo um momento de afloramento de novas construções e reedificações. Dados mais significativos apontam o trabalho do engenheiro Ramos de Azevedo, em 1881, ao lado de dois engenheiros italianos, expandindo-se com lotes para os lados do cemitério da Boa Morte, em 1887 (Praça Duque de Caxias) e ampliando seu número de construções no final do século XIX. Vale salientar que, na mesma época, Itu passava por grande efervescência política/econômica, parte fruto do desenvolvimento oriundo das lavouras de café, parte pelo crescimento das idéias republicanas que se espalhavam pela elite local. Também foi a época em que iniciaram a chegada à Itu e a várias outras cidades da região dos imigrantes, sobretudo, italianos, que começavam a substituir a mão-de-obra negras nos cafezais. Em 1920, os documentos oficiais contam 211 edificações na rua, sendo 118 de casas alugadas.
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