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Publicado: Sexta-feira, 1 de junho de 2007

Ruas Floriano Peixoto

Ruas Floriano Peixoto
Nascido em Maceió em 30 de abril de 1839, Floriano Vieira Peixoto seguiu carreira militar em parte influenciado pelo tio, seu tutor, coronel José Vieira de Araújo Peixoto. Mudou-se para a capital do Império - Rio de Janeiro - aos 16 anos, quando foi estudar no Colégio São Pedro de Alcântara. Em 1861, ingressou na Escola Militar e, em 1863, tornou-se primeiro-tenente. Também formou-se em Física e Matemática, atividades que praticamente se tornaram irrelevantes se comparadas às suas funções militares, que tiveram um considerável impulso a partir da Guerra do Paraguai, época em que o exército brasileiro passou a gozar de maior prestígio e profissionalização, em oposição à situação do Império, cujas bases começavam a se deteriorar pelas crises econômicas. Ao final da campanha brasileira no Paraguai, Floriano atingiu a patente de tenente-coronel. A política entrou em sua carreira na mesma época, seguindo o crescente prestígio que as forças armadas do Brasil passavam a adquirir. Floriano tornou-se presidente da província do Mato Grosso - que esteve envolvida diretamente no conflito contra as forças paraguaias de Solano López - e, quando da proclamação da República, em 1889, assumiu a vice-presidência do Estado, vindo a substituir Deodoro da Fonseca dois anos depois, em 1891. Cunhou o titulo de "Marechal de Ferro" em virtude de sua personalidade forte e pelo radicalismo com que enfrentou seus opositores no período de efervescência pelo qual passava o país. Enfrentou e venceu várias rebeliões, algumas das quais dentro do próprio exército, como a Revolta da Armada no Rio de Janeiro, liderada pelo almirante Saldanha da Gama, e a Revolução Federalista do Rio Grande do Sul. A personalidade com que guiou a política no Brasil atribuiu a Floriano outro marco: fora ele que inaugurara a primeira "corrente política" no Brasil, o "florianismo" - sucedida por outros "ismos" posteriores, como getulismo, carlismo, malufismo, brizolismo, janismo etc., caracterizado pelo prestígio de caciques políticos locais ou nacionais. A Rua Floriano Peixoto, centro principal de Itu, homenageia o marechal-presidente, assim como várias outras ruas de cidades do país, que também levam seu nome. Existem contudo casos mais significativos que lembram o nome de Floriano, como os do municio de Floriano Peixoto, em Alagoas, seu estado-natal, e da cidade de Florianópolis (antiga Nossa Senhora do Desterro), capital de Santa Catarina. Em 1894, Floriano foi substituído por Prudente de Moraes, outro político que possuía ligação direta com Itu, e faleceu em 1895.

A Rua Floriano Peixoto

O projeto original da Rua Floriano Peixoto, coração econômico e comercial do centro antigo de Itu, data de 1774, estando oficialmente registrada no censo ituano a partir do ano de 1790. Contudo, estudos apontam que, certamente, a Rua Floriano (certamente, não com este nome) já existia anteriormente a essa data. Possivelmente, seu nome original era o de "Rua das Baratas" - o porquê desse nome, é desconhecido - e sabe-se que era habitada por pessoas de poucas posses estando, portanto, longe do movimento econômico/comercial que passou a caracterizá-la no século XX. Em meados de 1790, a então rua possuía 36 casas - 27 das quais classificadas, de acordo com os padrões da época, como casas de poucas posses. Vale salientar um dado interessante: essa medição, sobre a qual se baseada a classificação social, tinha como um dos critérios a posse de escravos. Nesse classificação, essas 27 referidas residências não possuíam servos negros e, por isso, fora atribuída à rua a classificação de local de moradias simples, de gente de poucos recursos.

Segundo nome: Rua do Rosário

No início do século XIX, a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário adquiriu um terreno na área com o objetivo de erguer um templo mas, nos anos 30 do mesmo século, essa propriedade foi vendida. Contudo, a iniciativa das irmãs do Rosário foi determinante na história da rua Floriano que, em 1812, passou a se chamar "Rua do Rosário". O censo ituano da época computa, nessa rua, na época, 29 residências cujas principais características estavam voltadas à prática de atividades liberais como artesanato, alfaitaria, pintura, sapataria, costuraria etc. Nesta mesma data, apenas um estabelecimento comercial de grande porte, de atividade não-definida, estava estabelecido na rua. Novamente, nota-se que a classificação de "grande porte" tinha como referência o número de escravos: 13 foram computados.

Expansão e desenvolvimento: sementes da Rua Floriano Peixoto

Essa fase da então rua do Rosário foi fundamental para o perfil que a hoje Rua Floriano passou a exibir. As atividades econômicas, de cunho liberal, desenvolvidas na região indicam terem sido as responsáveis por um rápido desenvolvimento, tanto que o mesmo censo aponta que, já em 1825, o número de habitações saltou de 29 para 60, dos quais 43 comerciais (entre costurarias, escrivães, ourives, advogados, secos e molhados, vendas etc.). Somente nove eram residências. Outro salto populacional é notado em 1865 - segundo documentação da época, somavam-se 92 casas na rua - 6 sobrados, localizados entre a região da atual Rua XV de Novembro e Igreja Matriz. Nessa época, a hoje rua Floriano passa a se chamar Rua do Comércio, vivendo um momento de afloramento de novas construções e reedificações. Dados mais significativos apontam o trabalho do engenheiro Ramos de Azevedo, em 1881, ao lado de dois engenheiros italianos, expandindo-se com lotes para os lados do cemitério da Boa Morte, em 1887 (Praça Duque de Caxias) e ampliando seu número de construções no final do século XIX. Vale salientar que, na mesma época, Itu passava por grande efervescência política/econômica, parte fruto do desenvolvimento oriundo das lavouras de café, parte pelo crescimento das idéias republicanas que se espalhavam pela elite local. Também foi a época em que iniciaram a chegada à Itu e a várias outras cidades da região dos imigrantes, sobretudo, italianos, que começavam a substituir a mão-de-obra negras nos cafezais. Em 1920, os documentos oficiais contam 211 edificações na rua, sendo 118 de casas alugadas.
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