Samba de gafieira

Antes que o Samba surgisse no cenário nacional, o batuque africano – considerado a raiz do Samba – já era dançado em filas ou em rodas, sempre acompanhado por batidas de palmas. Desde o século XVII, danças de origem portuguesa, espanhola e ameríndia eram aqui executadas ao ar livre.

Esses ritmos, amalgamados com o batuque africano e com a polca europeia, estão nas origens dos ritmos brasileiros. Dessa linhagem, também nasceu o nome, pois considera-se que palavra "samba" seria derivada do quimbundo "semba", que se refere aos gestos que executavam os parceiros numa antiga dança de escravos, denominada umbigada.

Inserido na cultura afro-brasileira, no início do século o Samba-de-Roda era o ritmo dançado na Bahia. Como a dança dos dias atuais, o Samba tem como origem o Rio de Janeiro, com as diversas vertentes deste ritmo: Samba de Gafieira, Pagode, dentre outros. Alguns autores definem o Samba de uma forma que merece ser aqui registrada: “O Samba não somente um gênero musical, mas uma cultura viva que engloba também dança, poesia, vestimenta, culinária, religiosidade e, sobretudo, filosofia de vida. A mais sólida e importante manifestação cultural brasileira nasceu na Bahia, migrou com os escravos africanos para o Rio de Janeiro – onde incorporou ao batuque duro a harmonia das cordas – e para o interior de São Paulo, onde misturou tradições, negras, brancas e em menor escala, indígenas. Tornou-se patrimônio nacional”.

O Samba se generalizou no século XIX como designativo de dança e baile popular em geral. Como dança enlaçada, o Samba surgiu na década de 1920, com a denominação de Samba de Salão ou de Gafieira. Duas décadas depois, em 1940, o Samba atingiu sua definição, com o declínio do Maxixe. Na época, “gafieira” era a denominação do local onde aconteciam os bailes e onde se dançava Samba, Bolero, Forró e outros.

Esse ritmo que é hoje patrimônio nacional apresenta uma história rica e extensa, que precisaria de um livro à parte para ser contada.