Sanatorinhos e Prefeitura: uma doença crônica que pode levar a cegueira
É precipitado e enganoso esse jogo da assistência hospitalar de Itu.
A proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias encaminhada pelo Executivo para aprovação na Câmara dos Vereadores coloca como prioridade “alta” a assistência ao atendimento emergencial da cidade, os leitos hospitalares e diminuição da taxa de cesárea SUS (grande indicador de qualidade dentro da saúde publica). Como isso é possível se não há possibilidades de negociação entre Hospital e Executivo Municipal?
A governabilidade é um aspecto amplo de parcerias. Está provado que as Organizações Sociais de Saúde (OSS), são um grande trunfo de modernidade no gerenciamento hospitalar do Estado.
No ano passado, segundo um levantamento da Secretaria Estadual de Saúde, os custos médios das internações nos hospitais gerenciados pelas OSS foram 26 % mais baratos do que os gerenciados pelo Estado e nesse mesmo período, foram atendidos 23,5 % pacientes a mais.
A parceria do Estado com as OSS (incluindo Instituição Sanatorinhos) atingem 16 hospitais do Estado, e 4 deles receberam Certificação de Excelência em Qualidade, pela Organização Nacional de Acreditação – que só certificou 22 hospitais do país.
Como um governo municipal pode desfocar o grande problema que é gerenciar o único Pronto Socorro da cidade? É isso mesmo, os outros serviços de atendimento municipal para as emergências e urgências são Pronto Atendimentos, sem grande infraestrutura aonde atendimentos mais complexos são encaminhados para o Hospital Sanatorinhos e os mais simples para os Postos de Saúde.
Se culturalmente a população desacreditou na estrutura básica dos Postos de Saúde e procura o Pronto Socorro do hospital como porta de entrada para o SUS é porque faltou gerenciar a base da Saúde Pública, portanto, hoje a parceria é inevitável se estivermos falando da transparência do interesse público.
O Hospital Sanatorinhos dá suporte através do Pronto Socorro para a recém criada Autarquia da Saúde de Itu. Cerca de 95 % dos atendimentos são de munícipes Ituanos e 70 % não são emergências (casos que poderiam ser atendidos nos postos) Isso tem um custo elevado de estrutura e recursos humanos e investir na saúde é viabilizar um acordo a favor da população aonde nenhum dos lados saia perdendo.
A Autarquia, antiga Secretaria de Saúde terá autonomia nas suas prioridades e no gerenciamento financeiro da saúde municipal e terá que enviar à Câmara dos Vereadores até setembro (três dias antes das eleições!) o destino orçamentário de seus investimentos. Essa pré-determinação direcionará 100% das ações de saúde em 2005 para o próximo Gestor, portanto é hora de todas as coligações participarem do interesse publico e compromissarem agora! Será previsto um percentual de financiamento ao Pronto Socorro do Hospital Sanatorinhos ?
A Instituição Sanatorinhos mantém um rígido contrato com o Estado, com metas no atendimento, qualidade e satisfação da população. Os serviços gerenciados pelas OSS foram avaliados pelo Estado em 2003, com 95 % de aprovação (foram mais de 8 mil usuários entrevistados), revelando satisfação com atendimento, segurança, limpeza, educação dos funcionários e refeições nos hospitais.
Em 2004, Itu já foi contemplada pela gestão da OSS Sanatorinhos com uma nova enfermaria de Pediatria, uma nova ala hospitalar no Hospital Candelária com cerca de 30 leitos e um ambulatório de especialidades cirúrgicas de referência regional.
A defesa publica da estrutura hospitalar da cidade passa por interesses políticos, financeiros, populares, mas principalmente por posicionamentos de cidadania e controle social.
Espero que o Conselho Municipal de Saúde, o Legislativo, o Executivo e futuros candidatos exponham publicamente suas idéias e intenções para que o povo conheça seus planos de governo. Está na hora do debate sobre a saúde sair da clausura e fornecer doses de remédios para dor de cabeça, dor de estomago e ansiedades descabidas.
Você entendeu o poder do seu voto? Zele pela sua saúde. Prevenir é melhor do que remediar...