Publicado: Quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Sem Limites
Existe algum limite para o amor?
Podemos limitar algo infinito, inerente à nossa condição de humanos e eternos?
Tento responder a isso com este poema, dedicado a todas as pessoas que acreditam no amor verdadeiro, que transforma, que releva e eleva, que resgata, que conduz com ternura, com doçura e bondade.
A razão de nossa existência é o amor, sem sombra de dúvida, por tudo e por todos.
Sem Limites!
Por ser infinito
O amor tudo contem
Mas não é contido!
Ilimitado, supera nossos limites!
Puro, verdadeiro, se espalha!
Espaçoso, se apossa de nós
Como o sol se apossa do dia.
Luz infinita, sem limites!
Espalha-se em nossa alma
Como as flores se espalham pelo campo
Como as cores se espalham no arco-íris.
Sem segredos, desperta nosso medo!
Resplandecente, nos encanta
E nos espanta!
Podemos conter a essência?
- De que nos vale o perfume,
Se limitado ao frasco,
Preservado em um canto de armário?
- De que nos valem as jóias
Se limitadas às eternas gavetas de nosso ser?
- Qual a beleza das pérolas
Se limitadas à eterna escuridão
Nas profundezas dos tantos
oceanos da vida?
- Qual a graça das borboletas
Se limitadas ao casulo?
Assim também é o amor!
Mas este, ilimitado e incontido
Nos afeta e nos eleva
Nos envolve, nos protege
E nos conduz
Pelos tantos e quantos labirintos
Cravados em nosso ser.
Poderia a vida limitar-se à noite?
- Vai à busca da aurora
À busca da luz.
Desafia o escuro no entardecer
E rompe seus limites no amanhecer.
No amanhecer de um novo dia
No raiar de uma nova esperança.
Pode uma nova vida limitar-se ao ventre materno?
- Naturalmente se move e se remove
Naturalmente abre as portas e as comportas.
Rompe os limites!
Deixa-se levar...
Confiante, radiante!
Conduzida pelas mãos do afeto
Descobre, a dada dia
O sentido da liberdade.
O amor não é parte de nós
Nós somos parte dele!
Não nos limita
Nós o limitamos
Quando limitados às nossas quimeras.
Não nos impõe divisas
Nós nos fechamos
Em nossas próprias fronteiras
Quando, receosos de nós mesmos
Nos mantemos distantes, isolados.
O amor não nos prende
Nos solta!
Não nos acorrenta
Nos liberta dos eternos grilhões
Aos quais somos tão apegados.
Não nos tolhe
Dá-nos opções.
Não nos isola
Nos envolve com sua beleza.
È assim!
Atraente, aconchegante
Amigo sincero, sempre presente.
Como conter a explosão de um novo dia?
Como conter sua luz, sua energia?
Como limitar o eterno movimento das águas
A erupção de nossos eternos vulcões
O constante vai-e-vem das ondas
O desabrochar de nossas flores
O amadurecer de nossos frutos
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