Senna para sempre
“Ou você morre herói, ou vive o suficiente para se tornar o vilão”. Essa frase do filme Batman: O Cavaleiro das Trevas talvez seja a melhor síntese dos ídolos do povo brasileiro atualmente. Ayrton Senna da Silva morreu cedo, mas no auge, há exatos 20 anos. Não teve tempo de ver seu nome envolvido em escândalos ou difamado pela mídia gananciosa. Morreu herói.
Hoje, caso aquele fatídico acidente em Ímola não tivesse acontecido, o que seria do piloto? Poderíamos ver Ayrton investigado por desvio de verbas em seu instituto social? Poderíamos ouvi-lo dizer frases imbecis e equivocadas como as ditas por Pelé e Ronaldo, outros gênios do esporte nacional, recentemente? Poderíamos vê-lo falhar?
Senna morreu no “momento certo”. Mas não me entenda mal; jamais desejaria a morte de ninguém. Ele evitou que o sistema em que vivemos o massacrasse e o substituísse por outra pessoa qualquer – pois é isso que acontece normalmente. Senna ultrapassou o sistema, assim como ultrapassava seus adversários nas pistas.
Ayrton Senna da Silva morreu para virar ídolo, morreu para viver para sempre.