Publicado: Sábado, 27 de janeiro de 2007
Ser família...
A família, como vai? Lema da Campanha da Fraternidade de 1994, esta pergunta, cuja resposta à época pouco agradou, continua muito atual e parece que as respostas ainda são tristes e preocupantes. Após esses anos todos, muita coisa aconteceu, os inimigos da família aumentaram e ganharam força e a família sofre. A moral mudou, a ética vai mal, muitos dos bons costumes foram deixados para trás, muitos hábitos perniciosos acabaram sendo incorporados em nossa cultura, novas leis ameaçam a vida, sua dignidade e outros valores; cada dia o papel da família é mais importante, sendo urgente que se torne mais forte e presente. Mas como? Está difícil e complicado ser uma autêntica família, já que não conta com as condições necessárias para exercer suas prerrogativas, especialmente aquelas que lhe são exclusivas.
Sabemos muito bem que ser família é exercer verdadeiramente suas atribuições é viver sua realidade histórica e natural. Ser família é uma missão. Nunca é demais lembrar que muita coisa depende dela.
Mais complicada ainda é a pergunta: de quem é a culpa? Certamente nossa sociedade tem culpa; desenvolveu atitudes de ataque à família tradicional, bem constituída e poderosa, capaz de controlar seus membros e de protegê-los contra as degenerações de costumes, bem como a aquisição de hábitos só interessantes para os “exploradores” – que se dizem só “vendedores”... A sociedade produtora que, para sobreviver, precisa de consumidores em número quanto mais crescente, viu na desestruturação da família uma boa estratégia e está conseguindo sucesso. Afinal, as crianças educadas livres, acabam presas fáceis na incorporação de novos hábitos e modismos, principalmente sem a presença de pais atentos e dedicados.
O valor da família aparece muitas vezes em forma de acusações: "esse moleque não tem jeito, também sua família...", "não tem quem eduque...", "cadê a família...?, e daí por diante...
Enfim, vejamos:
A família precisa ser não só berço da vida, como também sua guardiã, sua defensora; deve ser sua geradora e a maior responsável pelo seu sucesso ou fracasso. Aliás, não fazer nada é, por si só, um crime de omissão, passível de punição por um punhado de leis e estatutos... Não é nenhuma novidade que os pais respondem pelos atos de seus filhos.
A família precisa guardar, revelar e comunicar o Amor. Ela foi criada por amor e só tem sentido no amor. Esse é talvez seu maior compromisso, um dever de gratidão ao próprio Deus - Amor. Sem esse combustível, dificilmente conseguirá ser aquilo que precisa ser, dificilmente conseguirá vencer os tantos obstáculos, as tantas dificuldades e os tantos embaraços que surgem ou que a sociedade moderna coloca em sua jornada. Em meio às inúmeras "opções" de caminhos e condutas, Deus é o grande companheiro.
A família precisa ser não só berço da vida, como também sua guardiã, sua defensora; deve ser sua geradora e a maior responsável pelo seu sucesso ou fracasso. Aliás, não fazer nada é, por si só, um crime de omissão, passível de punição por um punhado de leis e estatutos... Não é nenhuma novidade que os pais respondem pelos atos de seus filhos.
A família precisa guardar, revelar e comunicar o Amor. Ela foi criada por amor e só tem sentido no amor. Esse é talvez seu maior compromisso, um dever de gratidão ao próprio Deus - Amor. Sem esse combustível, dificilmente conseguirá ser aquilo que precisa ser, dificilmente conseguirá vencer os tantos obstáculos, as tantas dificuldades e os tantos embaraços que surgem ou que a sociedade moderna coloca em sua jornada. Em meio às inúmeras "opções" de caminhos e condutas, Deus é o grande companheiro.
A família precisa ser uma comunidade, uma comunhão de pessoas, vivendo a caridade, a solidariedade e a ajuda mútua. Deve plantar desde cedo a cultura do perdão e da reconciliação, armas poderosas no entendimento humano. Nem é preciso salientar que a família deve ser uma comunidade de paz, de harmonia... coisas escassas hoje em dia.
A família precisa ser uma Igreja doméstica, isto é, assumir sua responsabilidade na formação espiritual de seus rebentos. O grande número de adolescentes e jovens completamente imaturos na fé, vazios de Deus, de religião, avessos à Igreja e seus bons conselhos, não é senão resultado dessa despreocupação da família em tê-los educado na fé, em tê-los feito mais amigos de Deus. Agora faz falta, mas sempre é tempo para tentar arrumar as coisas... A família, na pessoa dos pais, precisa ser a primeira catequista de seus filhos; os encaminhamentos futuros dependem disso.
A família precisa ser a primeira escola, a verdadeira escola de princípios; é responsabilidade dos pais iniciar a educação dos seus filhos; educá-los para a cidadania, iniciá-los nos verdadeiros valores morais e éticos para que possam realmente se tornar cidadãos de bem; o futuro da humanidade e da sociedade só depende disso. Esse interesse da família e sua dedicação tornarão o trabalho da escola muito mais fácil e garantirão os resultados almejados. Além disso cabe à família um papel fundamental na formação e na estabilidade emocional e sentimental dos filhos. Onde buscar provas e testemunhos melhores do que no seio familiar?
Como vemos, não se trata de nenhuma invenção. O apelo de João Paulo II: “Família, torna-te o que tu és!” (Familiaris Consortio, 17) leva a família a olhar para o passado, retomar seus naturais valores, resgatar suas responsabilidades, fazer valer sua força e sua importância, voltar a ser o que deixou de ser ao longo desses anos, nada mais.
Resta-nos lembrar as nossas primeiras lições sobre o trabalho, seu valor para a vida pessoal e para a sociedade; a lição do silêncio, não o silêncio alienado, mas o silêncio da calma, da paz, da harmonia, da compreensão onde tudo se resolve; aliás, diante de uma sociedade agitada e barulhenta nunca é demais lembrar a necessidade do silêncio que permite o crescimento da nossa interioridade. Finalmente, como já mencionamos antes, a lição do amor, a nossa grande arma contra tudo aquilo que pode nos derrubar... Onde há amor não há espaço para interesses, conveniências, discórdias, vaidades doentias, competição selvagem.
Deixemos as culpas de lado e pensemos nas soluções: coragem, iniciativa e uma séria e responsável tomada de consciência sobre essa milenar e fundamental instituição. Afinal a família interessa a todos, é de todos e para todos.
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