Seul
Prevista, mas não efetivada uma incursão pela Tailândia, decidiu-se como alternativa, daqui do Japão, rumar para um fim de semana na Coreia do Sul. De 5 a 8 deste setembro.
Uma Seul deveras cativante.
Mais uma grande capital, avançada em todos os aspectos.
O primeiro destaque, como no Japão, em relação a existirem somente veículos novos, o fato aqui se repete e, ao que parece, com destaque predominante para as marcas da Hiunday e Kia, matrizes locais. Não significa que não circulem com boa participação as Mercedes, Audi, BMW e outras tantas.
Também desperta muita atenção o porte grandioso dos edifícios, com a marca alguns de até ousadia arquitetônica, quanto a detalhes, feitura e contornos, que parecem querer desafiar a lei da gravidade. Partes e lances, com aparência de estarem tortuosos, quando não de blocos a impressionar, como que projetados no ar.
Ruas de trânsito intenso, uma obviedade. Transporte coletivo satisfatório e confortável, entre os ônibus e metrô, salvo nos horários de pico, problema que nenhum lugar do mundo ainda conseguiu solucionar.
Ao estilo do Japão, imensos viadutos, alguns superpostos e a cruzarem-se, a priorizar o desafogo do tráfego.
Japoneses e coreanos primam pela cordialidade, um pouco sisudos os primeiros. Já os coreanos, em mais de uma vez, ao perceberem dúvidas de visitantes, deles se acercam espontaneamente. Muito prestativos.
Interessante um passeio à região de fronteira entre as duas Coreias. Além de outros locais visitados, houve aquele da Estação de Trem, pronta e suntuosa, pendente de inauguração. Ela servirá em comum aos dois países, como última estação da do Sul e ao mesmo tempo a primeira na direção da Coreia do Norte. De rigor, continuam ainda com a diplomacia mútua estagnada, tanto que se consideram sem acordo. Uma pendência, desde que as lutas propriamente cessaram.
Permite-se aos turistas, sob ativa e ostensiva guarda de soldados, percorrer essa área militarizada.
Atrai todo mundo, um túnel escavado pelos do Norte em subsolo alheio e descoberto pela Coreia do Sul. Devidamente protegido por capacete, entra-se por um declive extremamente acentuado e, após trezentos metros, se caminha por mais cento e cinquenta em nível plano. A volta é que pesa. São muitos que se servem de assentos laterais do túnel, para conseguir voltar, sob períodos de descanso. Um desafio à forma física. Pareceu até certa desatenção a turistas com problemas de saúde ou de idade avançada.
No lado da Coreia do Sul, há, como apoio (e indisfarçável interesse!), existe um contingente de soldados norte-americanos.
No caso da Coreia do Sul, recomenda-se um entretenimento que deve ser visto, a ponto de merecer todo e qualquer esforço para tal. A extraordinária exibição do “Korean Musical, Miso”, no Congdong Theater. Impossível descrever. Uma espécie de opereta, colhida do folclore local. A leveza e a graça de atores e atrizes, num envolvimento de cores, música de fundo e rufar de tambores, instrumentos que hão de ter nome próprio e adequado. Não há falas. Uma única voz interpreta os cânticos, em somente três entradas e o enredo se completa apenas nos gestos, sinais e ações. O público se extasia.
Seul se apresenta como que se estivesse separada em duas partes, impressão deixada pelas curvas do rio imenso que serpenteia bem próximo. Num determinado ponto, sua margem extensa se compõe de um parque visitado durante o dia e a noite, com passeios de barcos, restaurantes e quiosques. Casais e grupos, famílias inclusive, forram o gramado e constituem uma roda de prosa, em meio a comes e bebes. A bem dizer, inusitado, um convescote noturno. Muito ao gosto dos coreanos.
Pela mesma Korean Air, o rápido voo de regresso, devolvidos todos a Tokio, com chegada quase à meia noite.
Valeu. Ah se valeu.