Solidariedade, o carinho de Deus em nossas mãos
Deus é tudo. Deus é amor, logo o amor é tudo. O amor é sobretudo corajoso, por isso aquele que o tem verdadeiramente não tem medo de se envolver, de socorrer, de defender, de ajudar, de ser solidário, sobretudo com aqueles perseguidos, explorados, excluídos, marginalizados. A solidariedade é uma das belas e eficientes facetas do amor. Deparamos com ela quando vemos tantas pessoas engajadas nos movimentos sociais e nas atividades missionárias, sobretudo os religiosos e religiosas, que trabalham com muita coragem, ousadia e desprendimento. A solidariedade tem a ver com esperança, compaixão e ajuda ao próximo. É na entrega generosa de nós mesmos que se mostra a profundidade de um amor que não se esgota nas palavras.
Somos todos chamadas à santidade, à prática do amor. São muitos os caminhos, mas sem dúvida a solidariedade é um dos mais expressivos em termos de resultados.
Vemos solidariedade na vida de Padre Bento, que resolveu dedicar-se aos doentes, socorrendo-os física e espiritualmente.
Vemos solidariedade na vida de Irmã Dulce, que emprestou todos os esforços em favor dos pobres e sofredores.
Vemos solidariedade na vida de Madre Teresa, repartida com tantos seres fragilizados pelas injustiças sociais.
Vemos solidariedade nas associações, instituições e organizações, como Totus Tuus, Asilos, Creches, Abrigos e grupos de rua, mantidos graças aos voluntários abnegados e também graças aos benfeitores e colaboradores.
Vemos solidariedade nos grupos voluntários de apoio e recuperação daqueles que se encontram machucados pelos vícios em geral, como os AA, NA e outros.
Vemos solidariedade nos grupos da Cruz Vermelha que amenizam os sofrimentos das inúmeras vítimas da desumanidade de outros tantos que fazem das guerras, conflitos, perseguições e terrorismo sua razão de ser.
Vemos a solidariedade nas equipes de resgate, de bombeiros, que superam o profissionalismo, a simples obrigação, em atitudes ousadas, heroicas, só possíveis em corações enternecidos pelo amor.
Vemos verdadeiras correntes de solidariedade formadas em socorro às vítimas das catástrofes naturais: terremotos, enchentes, deslizamentos, vendavais, desmoronamentos...
A solidariedade é algo possível para todos nós, que fomos dotados de dons e talentos. O campo é vasto e os necessitados inúmeros. Ela pode-se traduzir nos recursos materiais, através das doações, bem como nas ações diretas, pelos serviços voluntários. Todos nós temos, portanto, algo a oferecer: nosso tempo, nossa formação profissional, nossa boa vontade, nossa alegria, nossa atenção, ... dar carinho, afeto, ternura e perdão; dar tempo e dar alegria e esperança.
Podemos ajudar a curar as pessoas de seus males físicos, mentais e espirituais... é o que Jesus veio fazer e pede para que demos continuidade...
A solidariedade está atrelada à justiça social que não vem “de cima”, mas depende de nosso empenho; só assim poderemos ver um mundo melhor, onde todos tenham pão, habitação, vestimenta e os bens necessários para uma vida digna.
Enfim, a solidariedade precisa estar presente permanentemente na sociedade, sem o que fica impossível a construção de uma ordem mundial justa. A sociedade não pode fugir ao compromisso com o desenvolvimento humano integral e este pressupõe a subsidiariedade e a solidariedade.
Felizmente, vemos a solidariedade movendo corações de tantas pessoas a viver conforme o Amor de Deus; seguem os ensinamentos e os exemplos de Cristo e fazem a opção preferencial pelos pobres, pelos doentes, pelos excluídos e injustiçados. Só por causa deste exército do bem é que o mundo ainda está como está, mas sobretudo isso demonstra claramente que ele pode ser ainda melhor, que o coração do homem precisa de conversão, mas tem jeito. Ainda é possível criarmos a “Civilização do Amor” a que se referiu tantas vezes João Paulo II; ainda é possível instaurar o Reino de Amor, Justiça e Paz, sonhado por Deus.