Somos todos burgueses
De burgueses todos nós temos um pouco. E outro pouco, de poetas e de loucos. E rebeldes, todos fomos uma vez. Campeões da liberdade imaginada, cavalgando Rocinantes pela estrada, repetimos o que Dom Quixote fez.
Nos armamos cavaleiros da cruzada do amor. Nos tornamos justiceiros, seja onde e como for. Uma ideia na cabeça, um diploma em cada mão e uma ideologia com sabor de religião.
Um milhão de preconceitos contra quem for diferente e umas vinte frases feitas nivelando a nossa mente. E esse jeito todo esperto de ser intelectuais? Mas se alguém chegar mais perto vê poeira: nada mais.
Cidadãos bitolados, a verdade ciscamos. E aceitamos somente o que agrada os ouvidos. Somos muito atrevidos com Deus porque não intervém e não vem e corrige a burrice dos homens... Doutores de um só livro ou de uma teoria, cuspimos cada dia no prato que ele temperou.
Pois de burgueses, todos nós temos um pouco. E outro pouco, de poetas e de loucos. E rebeldes, todos fomos uma vez. Repetindo o que Dom Quixote fez.
P.S.: Título e letra genial de canção do Padre Zezinho.
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