Sonhando Com Um Natal
Nesta época do ano, costumo incentivar as pessoas à prática da caridade. O tal espírito natalino amolece os corações. E o ato de ajudar alivia a culpa social e coletiva que temos por viver em uma sociedade desigual.
Deus é amor. E o gesto concreto dos que amam e são amados por Deus é a caridade. Ser caridoso(a) é reconhecer o amor divino atuando na nossa vida e partilhar isso ajudando os que necessitam de algo. Pode ser a simples companhia, uma palavra de conselho, uma cesta-básica ou um agasalho. Quando ajudamos alguém, estamos amando.
Jesus, o Menino Deus que nasceu em Belém, nos ensinou muitas coisas importantes. Porém, a mais importante lição foi a do amor. Jesus é Deus feito homem. Sendo o Criador de todo o Universo, Deus quis ter um coração humano. E isso foi feito no mistério da encarnação de seu Filho.
Se Jesus fosse nosso contemporâneo, tenho certeza que andaria cantarolando: "É preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã". Na verdade, se não for para amar nem vale a pena viver. Mas amar todos os dias, não apenas em ocasiões especiais.
Fico sonhando com um Natal em que certos verbos voltariam à moda: amar, partilhar, perdoar, confraternizar. Um Natal em que outros verbos seriam menos valorizados: comprar, ganhar, trocar, gastar.
Jesus nasceu pobre. Os primeiros a visitarem o Menino Deus foram os pastores (pobres) das cercanias de Belém. Mas Jesus não nasceu pobre para nos dizer que o dinheiro e os ricos não prestam. A lição é outra. Jesus nasceu pobre para nos ensinar que neste mundo o que importa é o sentimento (amor) e não a condição social (dinheiro).
Fico sonhando com um mundo no qual o Natal seja celebrado por todos como uma grande festa popular, maior que o Carnaval. As pessoas colocando suas mesas nas calçadas, com os comes e bebes. Todos da rua, do bairro e da cidade partilhando as mesmas guloseimas e canções. Sem que importe a condição social, o nível de instrução ou o time de futebol preferido.
Fico sonhando com um mundo no qual o Natal seja sentido como uma grande dádiva, acima dos atos de doar ou ganhar presentes. Um Natal que nos traga ao coração a vontade de acolher a todos, abraçar, cumprimentar. Parece utópico? Mas no Céu será assim. É uma pena que não comecemos a praticar cá embaixo o quanto antes...
Quem me conhece sabe que não sou de pedir muita coisa. Mas cometo a ousadia de pedir a você, que lê este artigo: ame! Não só as pessoas queridas e conhecidas, mas também aquelas de quem você não gosta tanto ou nem conhece muito.
Se você aprender a amar assim, já terá o melhor e maior presente de Natal que poderia imaginar. Pode apostar!
Que a ternura do Menino Deus inspire os nossos corações! A todos os leitores um Santo e Feliz Natal, com as mais bem escolhidas bênçãos divinas! Amém!