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Publicado: Sexta-feira, 12 de agosto de 2011

SOS Família!

O mês de agosto abre espaço para olharmos para a Família, essa instituição tão humana quanto divina. Patrimônio da humanidade, herança que remonta à própria criação. Nasceu com o homem; por isso faz parte da sua essência, da sua natureza.

Ao longo dos anos vem sofrendo ação de forças que a querem desestruturar, enfraquecer e destruir.

Por quê? O quê e quem está por trás disso?

Não há dúvida de que estamos vivendo um momento histórico de grandes transformações técnicas e sociais, que acabam definindo uma nova cultura, novos hábitos, valores e costumes, mas não podemos concordar que isso venha abalar ou mesmo substituir conceitos e estruturas naturais e consagradas.

A família, quanto mais enfraquecida, mais vítima das “pregações” falsas, ambíguas e maliciosas, relativas à independência dos cônjuges, à administração do lar,  ao cuidado e educação dos filhos, à transmissão de valores, à sexualidade ...

Estamos diante da prática sexual livre antes do casamento, puro prazer sem responsabilidades, beirando a promiscuidade e colocando em risco seu verdadeiro valor nas relações humanas.

Querem legalizar o aborto, uma verdadeira cultura de morte, que banaliza a vida e a dignidade humana, mas se apresenta como direito da mulher de decidir com liberdade sobre o futuro do novo ser que se forma no seu ventre. É claro que ela não pensa se deviria tê-lo ou não gerado.

Sem os valores básicos, a família se desintegra em termos de comunhão e corresponsabilidade entre seus membros, facilitando, em número crescente, o divórcio e o abandono do lar.

Direito constituído, o divórcio, que deveria ser exceção da exceção, aplicável apenas em casos extremos, acabou criando inversão de valores, incentivando as separações e prejudicando a consolidação do amor conjugal.

Quer-se ignorar a configuração heterossexual da humanidade, concebida pelo próprio Criador que criou homem e mulher.  A base natural do matrimônio está na diferença de sexos, na atração física, afetiva e psicológica entre um homem e uma mulher. Só com a integração completa dos valores da virilidade e da feminilidade teremos “uma só carne”.

 “Novos casamentos” ou “novas formas de casamento”, baseados em diferentes formas de união, vão surgindo em desrespeito ao verdadeiro casamento, resultado do Amor conjugal entre um homem e uma mulher. Amor conjugal não mudou e não vai mudar; tem origem em Deus para ser vivido num relacionamento maduro, sério e profundo entre um homem e uma mulher que resolvem unir suas vidas segundo o projeto do Criador. Não é uma criação humana que possa ser reinventada ou reinterpretada em vista das novas tendências sociais... levando-se em conta apenas aspectos jurídicos.

Precisamos muito dessa instituição que é a guardiã da Fé e dos valores morais e éticos; sustento das tradições e da cultura familiar; formadora da consciência e da cidadania; educadora por excelência e formadora de personalidade...

É preciso que a família retome seu lugar na história humana, restaure suas forças e encontre apoio para que possa, com sua saúde revigorada, cuidar da saúde dos seus e da sociedade, pois sem a família presente e atuante é o que vemos: tempos de violência (de toda ordem) e de perda de valores.

Precisamos acordar e combater o indiferentismo; a acomodação em achar que não temos força para lutar ou até que não temos nada com isso. É preciso união e luta contra os inimigos da família como fora concebida.

A valorização da família é essencial para a sociedade como um todo, como bem lembra João Paulo II: “A família possui vínculos vitais e orgânicos  com a sociedade, porque  constitui o seu fundamento e alimento  contínuo mediante o dever de serviço  à vida: saem, de facto,  da família os cidadãos e na família encontram a  primeira escola  daquelas virtudes sociais, que são a alma da vida e do  desenvolvimento  da mesma sociedade” (Familiaris Consortio, 42).

Precisamos de famílias bem constituídas, duradouras: Comunidade de pessoasonde se tem convivência, relacionamento e comunicação; berço e ninho da vida onde ela é gerada, acolhida e cuidada; escola das virtudes sociais, promovendo a aprendizagem das responsabilidades sociais e da solidariedade; Igreja doméstica, onde os pais são educadores da fé pelo exemplo e pelo ensino.

A família é o âmbito adequado para a plena realização humana, o desenvolvimento das diversas gerações e constitui o maior bem das pessoas.

Apesar de tudo, Deus continua acreditando na família, chamando-a a ser testemunha do amor e da fraternidade; que Ele ilumine o povo brasileiro e seus governantes no compromisso pela promoção e defesa da família.

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