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Publicado: Quarta-feira, 14 de março de 2012

SOS Saúde!

Saúde é coisa séria. Mas não é tratada como tal. Nossa economia vai bem, mas pouco devolve à saúde do seu povo.

A Igreja católica, preocupada com os dramas sociais dos seus devotos, vem colocando, anualmente, por ocasião da Quaresma, a reflexão de um desses temas dentro da Campanha da Fraternidade. Neste ano focaliza, para análise e tomada de soluções, a questão da Saúde Pública.

Vale a pena lembrar que se trata de uma campanha social de grande porte, podendo atingir um universo considerável da nossa população. No entanto, preocupa, com base em anos anteriores, que os resultados práticos apresentados nem sempre correspondem aos esperados.

Seria porque falham as preparações? Ou porque se transforma numa campanha “intramuros”, limitada ao espaço do templo e a alguns encontros e algumas celebrações?

Parece que os assuntos tratados sensibilizam pouca gente: muitos não se enquadram como grupo de risco ou sentem-se fora dos grupos responsáveis pelas soluções adequadas e necessárias.

Há muita coisa a ser mudada que “chora” pelas nossas ações.

São inúmeras as passagens bíblicas que relatam situações envolvendo doenças. Não há dúvida que os doentes são os mais pobres, carentes e necessitados de cuidados, atenção, dedicação, carinho. Não podemos esquecer que o dinheiro não resolve tudo. É fundamental a atenção, o carinho, a compaixão...

A campanha aposta na força da fraternidade para a transformação do planeta em um mundo mais saudável, mais humano.

O seu objetivo geral é, justamente, “Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde.”

A saúde é quase tudo na vida. A saúde física, a mental e a psicológica precisam ser buscadas, cultivadas com todas as forças, mas, se são extremamente necessárias, não são suficientes e nem mesmo se sustentam sozinhas. Precisam estar apoiadas em algo mais sólido – a saúde da alma e do “coração”. Por isso, a campanha, visando a saúde corporal, encaixa-se muito bem com o tempo da Quaresma, que chama a nossa atenção para os cuidados espirituais. Com isso fica evidente o papel da Igreja em cuidar do homem como um todo; só assim podemos garantir uma vida plena.

A falta de saúde derruba o ser humano, torna-o frágil. Às vezes é discriminado e afastado dos interesses sociais, já que deixa de ser produtivo; outras vezes é deixado de lado até mesmo pelos amigos e familiares, já que dá muito trabalho.

Mas o doente precisa ser visto com outros olhos, tratado com outro coração – os olhos e o coração de Cristo.

Todos nós temos meios de colaborar com a saúde. Nossos recursos materiais, profissionais, nossos dons e talentos, nossa compaixão e misericórdia, colocados a serviço da caridade podem fazer a diferença para tantos irmãos necessitados. Vamos somar as obrigações institucionais e governamentais ao voluntariado... Ainda que não saiba o que fazer, restam as orações em favor desses desafortunados. Deus sempre ouve o clamor dos seus filhos amados.

Conforme item 22 do texto-base da Campanha: “Se é dever do Estado promover a saúde por meio de ações preventivas e oferecer um sistema de tratamento eficaz e digno a toda população, especialmente aos mais desprovidos de recursos, é, também, responsabilidade de cada família e cidadão assumir um estilo de viver que, por meio de hábitos saudáveis e de exames preventivos, contribua para evitar as doenças. Se cabe ao Estado providenciar toda a assistência médica aos enfermos, cabe à família o acompanhamento dedicado e carinhoso aos seus que adoecem. A família, o Estado e a Igreja têm funções distintas, mas complementares no processo de tratamento de seus membros adoecidos”.

Finalmente, a saúde física, mental psicológica, econômico-financeira, profissional podem colaborar eficazmente com uma vida digna e feliz, desde que o nosso coração e a nossa alma “não sejam pequenos”, mas cheios de Deus.

Que Ele nos ajude a ajudar o outro! 

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