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Publicado: Quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Spinoza, Voltaire e Renan

Recebi de um amável leitor carta que circula na internet atribuída ao filósofo Spinoza (1.632/1677), nitidamente contrária aos princípios cristãos, em que pede teça alguns comentários. Nestas condições, resolvi atender ao pedido e emitir algumas breves considerações sobre alguns dos pensamentos de Spinoza ali inseridos. 

Diz o anticristão Spinoza, nesse texto que recebi: “pare de ficar rezando e batendo no peito. Pare de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada tem a ver consigo... Pare de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Crês que eu iria criar um lugar para queimar a todos os meus filhos que não se comportam bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso? Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular... Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmio nem castigos. Não há pecados, nem virtudes. Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não o houvesse. Pare de crer em mim. Pare de louvar-me! Pare de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim.”

Nota-se por esse trecho que Spinoza foi um grande anarquista, pois além de recomendar para se esquecer qualquer mandamento aconselha ainda se faça o mesmo com as leis. Prega a ampla liberdade, em outras palavras a bagunça total.

Se não existem pecados nem virtudes, castigos ou prêmios nota-se que  esse filósofo foi muito além dos racionalistas que admitem as coisas que consideram boas do Cristianismo apenas  sem a dependência de Deus. Spinoza com suas idéias estapafúrdias, a meu ver, pode ser considerado como o pai do anarquismo.

Naturalmente, as suas idéias “avançadas e originais” decorrem da ignorância dos princípios religiosos cristãos, pois o “lugar para queimar todos os meus filhos” (inferno), foi destinado a Lúcifer e outros anjos seus seguidores e não para o homem especificamente. A igreja teve seu auge na Idade Média, haja vista as belíssimas e numerosas catedrais, mas os seus adversários, com estranhas filosofias, vem através dos séculos tentando impedir a sua gloriosa caminhada, com sofismas de todas as espécies.

Na brevidade de tempo e espaço nos cingimos a mencionar apenas mais dois dos mais nocivos filósofos e escritores de todas as épocas: Voltaire (1694/1778) e Ernest Renan (1823/1892). O meu saudoso professor de colégio, Irmão Amâncio, nas suas apreciadas e eficientes aulas de religião, gostava de relembrar que Voltaire o grande inimigo do Cristianismo chamava a Igreja de infame.

Todavia, em seus momentos finais de vida Voltaire mostra-se arrependido, nos termos exatos de suas palavras:Eu, o que escreve, declaro que havendo sofrido um vômito de sangue faz quatro dias, na idade de oitenta e quatro anos e não havendo podido ir à igreja, o pároco de São Suplício quis de bom grado me enviar a M. Gautier, sacerdote. Eu me confessei com ele, se Deus me perdoava, morro na Santa Religião Católica em que nasci esperando a misericórdia divina que se dignará a perdoar todas minhas faltas, e que se tenho escandalizado a Igreja, peço perdão a Deus e a ela. Assinado: Voltaire, 2 de março de 1778 na casa do marqués de Villete, na presença do senhor abade Mignot, meu sobrinho e do senhor marqués de Villevielle. Meu amigo.(cf.Wikipédia).

Quanto a E. Renan escreveu a Vida de Jesus, livro em que considera mera ficção as passagens evangélicas com as suas narrativas e afirma que a ressurreição de Cristo não teria ocorrido, entre outras aleivosias heréticas.

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