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Publicado: Quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Surpresas

Surpresas
Surpresas, como o próprio vocábulo insinua, são momentos inesperados, bons ou nem tanto... Mesmo que você esteja entregue a algo aguardado, esperado e já antes vivido intensamente, podem ocorrer surpresas. Bom mesmo quando isso acontece e elas são de natureza agradável.
 
Vai você a uma festa de bodas e de um modo geral são previsíveis todos os seus atos e passos. Do convite atencioso ao envio do presente costumeiro, a fase primeira. De bom tom, não se demorar para essa providência.
 
Chega o dia.
 
Em se tratando de casamento ou bodas de aniversário do dia feliz em que o casal se uniu, tudo toma tom alegremente festivo. Alinham-se os homens nos seus ternos e gravatas e as senhoras e senhoritas enfeitam na verdade os ambientes, além de sua graça pessoal, através de vestes belas e diferenciadas, umas e outras a querer sempre se salientar. Válida essa moda sadia de que elas realmente exercitem sua auto-estima e queiram vestir-se bem, desde que bom gosto.
 
Gozado. O leitor talvez já pergunte para que ponto esta crônica quer levá-lo. E se assim pensou, acertou bem no alvo. Discorre-se aqui sobre um evento relativamente recente e noutra cidade, sem a possibilidade de identificação de pessoas e nomes. Mesmo, porém que, eventualmente, se adivinhe de quem e de quais amigos se fala aqui, nada demais. A crônica labora exatamente nos fatos positivos de um encontro social do maior bom gosto e, talvez, justamente, porque nele a simplicidade se sobrepôs à pompa.
 
Não é comum que a cerimônia religiosa se destaque e seja priorizada, como nesta situação. Deu-se ao ato cristão toda a importância de que ele se reveste. Desse modo, naquela noite gelada, ao jeito de um paradoxo, tudo concorreu para mais para aquecer o coração e a mente das pessoas. A autoridade religiosa que presidiu o enlace foi de uma inspiração extremamente feliz e, com a simpatia que o caracterizava, soube trazer um pouco do céu e de Deus Nosso Senhor, bem pertinho de todos. Sua fala, nem se pense por isso, tenha sido só de afagos e pensamentos colhidos diretamente da Bíblia. Desceu à realidade e à dificuldade dos dias atuais em relação ao casamento em que, sabidamente, nem tudo serão eternamente flores. No fundo, suavemente, um conjunto de duas vozes afinadas, orientadas pelo teclado, flauta e violino, que concorreu muito para tão felizes momentos naquela igreja bela e sóbria, um templo agradável de nele se estar, aconchegante, sobretudo.
 
A esta altura, certamente que ninguém negaria ao evento o tom de surpresa, pois, todos em princípio esperavam algo comum e rotineiro. O usual, digamos. Não foi. Uma reconfortante surpresa, isto sim.
 
Não parou por aí.
 
Ato contínuo, a confraternização. De regra, comes e bebes, salgados e bebidas, bolo e doces, lembranças e que tais. Sem dúvida de que pelo fato de nessas horas encontrarem-se pessoas oriundas dos mais diversos lugares, costuma ocorrer também a oportunidade de amizades novas. Entre os muitos contatos, interessantes todos, sempre surge um contador de “causos” ou aquele outro com a especialidade de enfileirar ditos jocosos, com muita propriedade, todos enfim pessoas amáveis e das quais não se esquece. Horas de descontração, que dizem de quanto vale todo ser humano, cada um a seu modo. Na sua individualidade, todo cidadão tem o que dar de si e com qualquer pessoa sempre existe algo a aprender ou uma visão pessoal das coisas que até estaria a escapar a outrem. Sempre um repertório de experiência e interesse.
 
Tem razão o Brancato, da Rede Vida, no seu programa de entrevistas dos domingos à noite, ao qual sabiamente intitulou:
 
Para o Homem, o Maior Espetáculo da Terra ainda é o Próprio Homem.
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