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Publicado: Sábado, 23 de junho de 2007

Tantas Perguntas

“Quem vocês dizem que eu sou?”. Nunca essa pergunta de Jesus foi tão atual do que agora. Passaram-se mais de dois mil anos desde que o Filho do Homem apresentou-se à humanidade e mesmo assim essa questão continua ecoando e buscando ser solucionada pelo quatro cantos do mundo.
 
Foi na região da cidade de Cesaréia de Filipe que Cristo fez essa pergunta aos seus discípulos: “Quem o povo diz que o Filho do Homem é?”. Os apóstolos repetiram o que o povo dizia. Todos tinham visto alguns milagres de Jesus. Todos eram testemunhas de suas sábias palavras e ensinamentos. Todos reconheciam nele algo diferente, uma autoridade que vinha do alto.
 
Talvez aquele filho de carpinteiro fosse a reencarnação de João Batista, que havia sido decapitado. Ou então fosse Elias, Jeremias ou qualquer outro dos profetas assassinados em épocas passadas, ressurgindo para trazer a justiça divina aos malfeitores. Não se pode culpar o povo por respostas tão descabidas. Tinham pouca instrução e eram vítimas de suas próprias superstições. Era preciso alguém para abrir-lhes os olhos, mas aos governantes de então interessava mais mantê-los nas trevas da ignorância.
 
Os apóstolos já sabiam quem era Jesus. Mas a pergunta, vinda do próprio Mestre, pareceu-lhes contraditória. Seria um teste, uma “pegadinha”, um quebra-cabeça? Apesar de terem visto e ouvido tantas coisas, temiam dar uma resposta errada. Preocupavam-se mais em adivinhar qual era a resposta que Jesus queria do que revelar a resposta que já tinham no coração.
 
Foi Simão Pedro quem respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo!”. O pescador que havia largado tudo para seguir o Mestre já não tinha medo de expressar seus sentimentos. Não tinha medo de erra, não ligava para o que os outros pensariam ou deixariam de pensar. Para ele o mais importante era revelar o que sentia no coração, manifestar através de uma afirmação em palavras a fé que carregava na alma.
 
Pela resposta do Mestre, os demais discípulos perceberam que Pedro acertara a resposta. Sim, Jesus era o Filho de Deus. Todos sabiam disso, mas tiveram medo de assumir que algo tão fantástico pudesse ser mesmo verdade. Esse medo Pedro não teve. Ficou feliz porque não foi nenhum ser humano quem lhe revelou esse fato. Foi Deus que, através do Espírito Santo, colocou tal certeza diretamente no coração de Simão Pedro.
 
Por ter deixado tudo para trás, por ter deixado Deus manifestar-se em sua vida, por acreditar em Jesus como o Messias, por deixar-se tocar pelo impulso do Espírito Santo, por ter coragem de professar a sua fé, Simão Pedro foi escolhido por Jesus para ser o primeiro Papa, o chefe da Igreja fundada por Cristo, o vigário de Jesus aqui na terra.
 
Entretanto, ainda hoje a pergunta continua incomodando: quem é Jesus? Estamos na era da informação, do conhecimento, da tecnologia e da genética, porém o homem ainda não fechou questão em torno daquele jovem de Nazaré que revolucionou o mundo com sua mensagem de amor e paz.
 
Como é normal num tempo em que as informações correm soltas por aí, são muitas as perguntas com as quais nos preocupamos hoje em dia. Elas dão origem a várias discussões, nos obrigam a tomar partido, a ter idéias próprias. Elas são a causa de algumas de nossas angústias mais dolorosas.
 
A mulher tem direito de abortar o bebê que traz no ventre? Em qual momento começa a vida do ser humano? Eutanásia é uma forma digna de morte? A pena de morte traz realmente algum resultado? Quando vai acabar a corrupção? Como chegar a um código de ética mundial, a conceitos morais que sejam aceitos em todo o mundo, entre toda a humanidade, por povos de diferentes culturas?
 
Tantas perguntas a incomodar a humanidade, mas a principal delas precisa ser respondida de modo eficaz para as gerações futuras: quem é Jesus? A princípio fica parecendo que Cristo é uma pergunta. Mas é o contrário: Cristo é a resposta! Enquanto estivermos respondendo ao mundo quem é o Filho do Homem, também estaremos ao mesmo tempo apresentando ao mundo a solução de todos os nossos dilemas.
 
Quem é Jesus? É preciso ter a coragem de Simão Pedro. É preciso que abramos as nossas bocas para responder. Tenhamos coragem para professar a nossa fé, apresentando ao mundo a nossa resposta!
 
Amém.
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