Tarde diferente, neste abril findante
Para quem viu o jogo Bayern de Munique contra o Real Madri – o Real Sociedade – terminado há minutos neste final de tarde de terça feira, 29, talvez tenha se questionado sobre se vai mesmo conseguir-se uma apresentação comportada e condigna, aqui no Brasil, durante a Copa do Mundo.
Ficam muitas e preocupantes dúvidas. Tomara não aconteça um vexame mundial em termos de comportamento e segurança.
Os estádios europeus são magníficos e as torcidas, cada uma em seus espaços, podem eventualmente ter ao lado de si torcedores contrários, que nada acontece de mal.
Antes do jogo, na própria casa do Bayern, munidos os seus torcedores de bandeiras de várias cores, inscreveram-se figuras e frases coloridas à volta inteira do estádio, numa linda exibição. Para que a imagem assim se compusesse, entende-se mesmo que os espanhóis terão colaborado. Essas imagens cobriam toda a volta das arquibancadas.
Até ali tudo era festa para todos.
Na semana anterior, o Real Madri obtivera a vitória por um gol. Haveria a equipe alemã de marcar dois gols, se quisesse a classificação.
Mas já aos quinze minutos, espetacularmente, Sérgio Ramos se insere rápido e cabeceia forte para fazer um a zero pró espanhóis.
Quando praticamente se esperava apenas o final da fase inicial, aos 43 minutos, o mesmo Sérgio Ramos e, de novo de cabeça, faz dois a zero.
Guardiola se recolhera aos vestiários com seus pupilos e tinha aí 15 minutos para arquitetar uma maneira de fazer três gols para não se ver fora da decisão, no dia 24 de maio, no Estádio da Luz, em Lisboa.
Que surpresa!
Sergio Ramos, de cabeça, brilhou na fase primeira. Na segunda, foi a vez do genial Cristiano Ronaldo. Fez dois gols.
No gol com que assinalou os quatro a zero, em cobrança de falta, repetiu ele um feito que até ali fora privilégio do Ronaldinho Gaucho. Aquele de gingar o corpo e assim fazer parecer que iria disparar um chute de bola alta. A barreira instintivamente pula em conjunto para eventual desvio de cabeça, enquanto abre, ela mesmo, a passagem da bola por baixo, num petardo rasteiro.
Com esse feito, Ronaldo Cristiano assume o mérito de maior artilheiro dos Torneios dos Campeões da Liga da UEFA, com dezesseis gols.
Ver futebol jogado com maestria e denodo, sem propriamente sofrer com a derrota de um ou de outro, é um entretenimento especial, em plena tarde de terça feira. No fundo, contudo, não há jeito de esconder um certo prazer pela vitória espanhola, nação amiga e próxima, com tantos descendentes entrelaçados a brasileiros..
Amanhã, outro debate.
Atlético de Madri versus Chelsea.
E só então, abril se fecha.
Grande expectativa, igualmente
O vencedor encontra-se com o Real em Lisboa, na decisão.