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Publicado: Quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Temperatura e famílias

Para aproveitamento de tempo e espaço, divida-se a crônica em duas partes, como anunciadas no título.

De rigor, pois, que não mais se pode programar algo em função do ciclo da temperatura.

As quatro estações do ano, primavera, verão, outono e inverno – cada uma delas – passaram a se distribuir um pouco de si, num mesmo tempo.

Tampouco tenha certeza de que você vai a passeios em julho e bem agasalhado, mesmo em estâncias climáticas do gênero, porque de repente, num ou noutro dia, você vai se perguntar por que não levara shorts e bermudas.

Como também não se surpreenda se cheio de camisetas e que tais na mala, bate uma manhã de frio rigoroso, se de chuva não for.

De toda sorte, nada de reclamar das surpresas das intempéries, justamente porque é o próprio ser humano que concorreu para as estações se desequilibrarem.

Quer um exemplo?

Terá você sobrevoado a Amazônia há vinte, trinta anos? Veja hoje e compare. Essas devastações certamente é que concorrem em muito para interferir no tempo.

O Rio Tietê, pelo menos aqui para nós, da região, mais exatamente no trecho da Estrada Parque, tinha vários pontos em que se nadava em águas límpidas e também piscosas. Os frades carmelitas, no quinquênio 1950/1955, o que em termos de segurança terá sido talvez certa imprudência, levavam os cento e vinte alunos, classificados entre menores, médios e maiores, para passeios de um dia. Um bom número deles, nem se serviam de botes para a travessia. Atiravam-se na água e alcançavam a ilha.

Este tipo de redação, consoante a quem seja de idade provecta, vai parecer aos mais novos, saudosismo inócuo. Quem sabe até, nem entender do que se fala.

De entrada no tema seguinte, mais uma consideração ou, no dizer mais claro, comparações do mundo de antanho com os hábitos modernos, estes nem propriamente aceitos mas impostos a fórceps, numa estranha ousadia. O quase vale-tudo social vige impávido, goste ou não a educação tradicional, sólida antes e ora desmantelada aos poucos.

Este linguajar trazido ao papel e à mídia em geral, só surge aqui para que se saiba que uma parcela considerável – em verdade a maioria das pessoas - não iria admitir desmantelamento tão acintoso de princípios balizados no bom senso. É que o desmanche social se coroa de cobertura legal.

E os pequeninos, aos quais se impõem condutas, boas ou suspeitas, esses inapelavelmente aprendem a conviver como se o certo e o duvidoso sejam aceitos, desde que a um ou outro se afeiçoem.

Famílias.

Hummmm...

Crônica produzida em 26.5.2018.

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