Publicado: Quinta-feira, 12 de julho de 2007
Tempo Para Tudo
Interessante meditarmos sobre o tempo. Não para saber se vai chover ou fazer sol, frio ou calor (para isso temos o serviço de meteorologia que está bastante aperfeiçoado), mas para saber, por exemplo, se é tempo de praticar esportes, namorar, estudar, trabalhar, casar, cuidar dos filhos, aposentar e morrer.
Qual seria o tempo em que nos encontramos. É evidente que, se já passamos dos sessenta, não devemos estar pensando em jogar futebol ou namorar como se jovens fôssemos. Precisamos “ficar na nossa”, ou seja, precisamos nos enquadrar naquilo que é próprio ou conveniente para a idade. Assim é ridículo ver sexagenários de ambos os sexos tentando fazer coisas próprias da juventude e moços passando por conselheiros e agindo como idosos.
Ao invés de tentar dizer com outras palavras aquilo que está no livro do Eclesiastes, vamos transcrevê-las: “Todas as coisas tem o seu tempo e todas elas passam debaixo do céu segundo o termo que a cada um foi prescrito. Há tempo de nascer e tempo de morrer. Há tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou. Há tempo de matar e tempo de sarar. Há tempo de chorar e tempo de rir. Há tempo de se afligir e tempo de dançar. Há tempo de espalhar pedras e tempo de as ajuntar. Há tempo de dar abraços e tempo de se afastar deles. Há tempo de adquirir e tempo de perder. Há tempo de guardar e tempo de lançar fora. Há tempo de rasgar e tempo de coser. Há tempo de calar e tempo de falar. Há tempo de amor e tempo de ódio. Há tempo de guerra e tempo de paz” (cap. III, 1 a 10).
Qual será o tempo em que nos encontramos? Verdade que não podemos fazer interpretação ao pé da letra do que transcrevemos, eis que na realidade muitas dessas situações são concomitantes, ou seja, ora estamos alegres, ora tristes, ora em férias, ora trabalhando, ora comprando ora perdendo o que se comprou, gastando o que se guardou, etc. tudo ao mesmo tempo, simultânea ou seqüencialmente.
Temos de considerar também que todo ser humano vai gradativamente percorrendo as diversas etapas da vida, precisando se adaptar a todas com naturalidade. Creio que a importância da meditação sobre o tempo é descobrirmos se o que estamos fazendo está adequado à idade que temos. Assim, voltando a exemplificar com o sexagenário, é conveniente observar, por exemplo, que não fica bem a pessoa dessa idade se meter a conquistador, fazendo galanteios para jovens que poderiam ser suas filhas ou netas. O mesmo se diga de mulheres dessa faixa etária, que se empetecam e que, apesar de tudo, não deixam de se passar por balzaquianas ressoladas.
O ridículo está por toda a parte, mas há necessidade de fugirmos dele, procurando dar cunho de seriedade às nossas atitudes, adequando-as à idade que possuímos. O melhor a fazer é, em acurado exame pessoal, descobrir qual a ocupação que mais se adapta à nossa idade e de que mais gostamos de fazer no tempo maravilhoso que a misericórdia divina nos deixa desfrutar.
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