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Publicado: Segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Tempos de vestibulares

No domingo, 20 de novembro, inicia-se a grande maratona anual da qual participam jovens estudantes que almejam ingressar na universidade. Realiza-se a 1ª fase do vestibular da Unicamp, com milhares de candidatos, todos em busca de uma vaga na mais conceituada universidade brasileira. No domingo seguinte, 27 de novembro, a maratona tem seqüência, agora com a prova de 1ª fase do vestibular da Fuvest, a prova de ingresso na USP, outra igualmente conceituada universidade paulista.
Dessa maneira, com os finais de semana ocupados até o final de janeiro, muitos jovens se dedicarão às provas com as mais variadas características, todos em busca de uma vaga para poderem cursar o terceiro grau. Na mente dos protagonistas estarão presentes algumas siglas bem conhecidas: Puccamp, Unimep, USF, FAAP e tantas outras. O vestibular tornou-se, em nossa sociedade, um rito de passagem; é como se fosse uma daquelas tradicionais cerimônias nas comunidades indígenas, que marcam a passagem do jovem para a fase adulta. Aqui, é mais ou menos assim: ingressar na universidade é, para muitos, também começar uma nova fase da vida.
Em tempos de globalização, cursar a universidade passou a ser prioridade número um para jovens estudantes, os futuros profissionais do mercado. Hoje, para as funções menos especializadas, o Ensino Médio já é exigência mínima. Querendo conquistar posições mais graduadas e de melhor remuneração, a formação numa boa universidade é requisito imprescindível. E não é só isso; sabe-se que as posições de destaque nas grandes corporações exigem mais: domínio de idiomas e também pós-graduação ou especialização. Enfim, o grau de escolaridade é um dos indicadores de possíveis competências que as empresas esperam que apresentem os que concorrem aos escassos empregos na época da informatização.
Não deixemos o foco principal de lado; voltemos aos vestibulares. Que fazer nesses momentos que antecedem as grandes provas? Comecemos então pelo ritmo de estudo. É importante não deixar cair o rendimento; é fundamental continuar estudando com regularidade. Agora, está faltando muito pouco. É o momento do “sprint” final. É a hora de olhar alguns pontos da matéria que já foram estudados e que precisam ser revistos; aquele tópico que pode ter ficado um pouco esquecido e que a revisão ajuda a trazê-lo à tona. Não é momento de tentar estudar assuntos que não foram aprendidos. Se não se conseguiu aprender anteriormente, agora não é momento de tentar estudar os temas que podem ser difíceis de serem assimilados em pouco tempo. O momento é adequado para se valorizar o que sabe, aquilo que foi bem trabalhado. Em geral, depois de vários meses de estudo, o volume de assuntos dominados é maior; são em menor número os temas totalmente desconhecidos.
Se a escola, colégio ou cursinho, ainda promove os períodos de revisão, não perdê-lo por nada. Mesmo achando que as discussões estão mais tranqüilas, não deixar de comparecer às aulas. Os professores, em geral, são experientes com esses tipos de prova e poderão dar algumas últimas orientações que são imprescindíveis. Além disso, o momento exige apoios para se conseguir tranqüilidade. O mestre, muitas vezes amigo, poderá contribuir muito para isso.
Também é importante um certo cuidado com a rotina. Cuidar do sono e da alimentação é necessário. E o lazer também é fundamental para não deixar aumentar a tensão. Além de cuidar do ritmo, é também importante não descuidar do emocional. Nesse ponto, a família pode ajudar muito. Não é hora de pressão; não é momento de cobranças. Agora é a fase de todo mundo “dar a maior força”, de dizer aos meninos ou garotas que eles vão passar, que é preciso ter garra e determinação.
Nos dias que antecedem as provas, se for possível, é bom conhecer antes os locais de realização das mesmas, para dominar o trajeto de ida e também se familiarizar-se com o local. No dia, deve-se chegar mais cedo; com uma hora de antecedência. Deve-se lembrar que o trânsito pode estar complicado nas proximidades. Consultar o manual para ver a hora exata de abertura e fechamento dos portões é uma boa; não perder a hora é fundamental. Chegar com os portões já fechados é imperdoável.
Uma vez no recinto de prova, concentrar-se ao máximo no que for proposto pelos examinadores. Levar um chocolate ou algum outro alimento (marmita não) para poder mastigar durante as quatro horas de permanência no recinto e também uns dois copinhos de água para matar a sede. Muitos têm dificuldades para permanecer no recinto por quatro horas seguidas, entregando as provas depois de 1,5 hora ou 2 horas no máximo. Isso não é bom; deve-se permanecer até o final, tentando sempre ganhar um ou outro pontinho a mais. Esses pequenos valores poderão constituir-se no diferencial para se conseguir a vaga ou não. As provas foram dimensionadas para um tempo da ordem do tempo total proposto.
Num primeiro momento, se a prova contiver questões de várias disciplinas, começar pelas questões mais simples de todas elas. Usar os dez minutos iniciais para fazer uma pequena marca nas questões que perceber mais tranqüilas, de todas as matérias, e atacá-las de início. Depois de uns quarenta minutos de prova, tendo feito algumas dessas questões, em geral o emocional fica mais fortalecido, apenas pelo fato de se ter conseguido avançar e coletar alguns pontos. Num momento seguinte, deve-se abordar as questões com nível médio de dificuldades e, somente depois, no final, trabalhar as questões mais difíceis. É como no jogo “pega-varetas”; começar pelas mais fáceis e caminhar com tranqüilidade até as de maior grau de dificuldade, procurando somar mais pontos, sejam maiores ou menores.
Mexer com todas as questões é fundamental. Não deixar nenhuma sem ser trabalhada. Se a prova for elaborada com testes de muito escolha, nos vinte minutos finais deve-se “chutar” aquelas que não conseguir resolver integralmente. Não deixar nenhuma delas sem resposta. E, nesse momento do “chute”, lembrar que o mesmo deve ser dado com bom senso. Algumas vezes, o estudante poderá não resolver totalmente uma questão, mas poderá excluir algumas alternativas que são absurdas, restando somente duas ou três alternativas para o “chute” final. Se a prova for discursiva, procurar ser organizado na apresentação da resposta. Organizar o texto e ter clareza na exposição é muito importante. Não deixar a questão com resposta em branco; trabalhar minimamente cada uma delas.
O momento agora é de concentração e de busca de toda energia que se possa colocar no evento: estudo, garra,

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