Tragédia em Escola do Rio
Dos mais bárbaros e tristes o infausto assassinato de doze adolescentes e outros tantos feridos por um psicopata travestido de ex-aluno e palestrante, ocorrido em sete de abril deste ano (2011). Crimes coletivos semelhantes, por diversas vezes já ocorridos em outros países e nos Estados Unidos com mais repetência deixam-nos abismados com esta forma de eclosão da violência.
Esse tipo de homicídios em série, vindo agora a acontecer aqui no Brasil, mostra nosso temor e repugnância pelo ser humano racional, quando dominado por patologias irreversíveis e letais! O assunto mereceu e merecerá as mais diversificadas explicações, comentários e sugestões no sentido de se evitarem novas tragédias.
Achei curioso e sintomático que em tais manifestações o nome de Deus não apareceu nenhuma vez. Se o Brasil é o maior país católico do mundo, professando o Cristianismo desde sua descoberta em 1500, cheguei a concluir que a religiosidade dos brasileiros é bastante fraca a ponto de se cogitar que o Deus a que prestamos culto anda insatisfeito com tal conduta, pois permitiu que um insano ceifasse a vida de numerosas pessoas de maneira cruel e imprevista e todas ainda crianças.
Acreditamos seja correta a suposição, pois os dez mandamentos que integram Sua lei estão sendo desrespeitados de maneira crescente (aumento dos homicídios, roubos, dos pecados contra a castidade, mentiras, falsidades, deslealdades etc. etc.) e assim não podemos reclamar Dele a Sua não proteção.
Nesse momento seria oportuno, pois, relembrar aquele velho ditado de que inocentes pagam pelos pecadores ( no caso crianças que nada teriam a ver com o pecado alheio) e também aquela norma cristã de que os desígnios divinos são insondáveis e misteriosos (que culpa temos nós para sofrermos as conseqüências do pecado de Adão e Eva?).
De qualquer forma, porém, devemos renovar o nosso exame de consciência – e a oportunidade é boa – pois nos encontramos quase na Semana Santa, festividade em que relembramos a morte de Jesus Cristo, o filho de Deus em que cremos e amamos, induvidosamente graças aos ensinamentos religiosos em que nos abeberamos no decurso da vida.
À medida que os anos passam aproximando-nos do inexorável momento final da morte, coisa que, por instinto natural não temos interesse em cogitar e excogitar. E tal objetivo, de não cogitar, se torna fácil porque quase todo o universo midiático se encontra empenhado em fincar ( pelo menos a idéia) de que a vida que usufruímos não terá fim (a morte é apenas um detalhe e surpresa indesejável) e mesmo falecidos passamos rapidamente para a História, coisa que (até pode nos honrar), pois acontece inclusive com personalidades famosas ou importantes (Elizabeth Taylor, José Alencar, Elpídio Reali, Jr.), sendo que “a vida continua apenas para os vivos”.
Concluindo: há necessidade das autoridades educacionais cuidarem com maior desvelo da formação do adolescente em seu ambiente escolar, com ênfase para a educação moral, religiosa, cívica e declarado combate ao bullying, que pode originar ou contribuir para nefastas conseqüências como aconteceu nessa tragédia do Realengo.