Publicado: Quarta-feira, 24 de maio de 2006
Tristão e Isolda
Partindo de minhas terras longínquas, naveguei a esmo e enfrentei um imenso e raivoso mar; foi então que a sorte me levou ao teu encontro. E se não fosse por tua magia, não mais habitaria esse mundo. Quando te vi pela primeira vez, tu me devolveste a vida, curando-me da lança envenenada do temível Morholt.
Mais tarde, atravessei novamente as águas bravias da Irlanda e enfrentei toda sorte de inimigos, inclusive um dragão do qual a língua cortei só para te conquistar. Tudo isso fiz para encontrar a dona dos cabelos dourados, os fios que brilham mais que ouro.
Por fidelidade ao meu Rei, tentei então renunciar ao teu amor. Mas, foi impossível te esquecer; a distância sempre me foi insuportável.
Tempos depois, tivemos que fugir e nos esconder daqueles que sempre nos invejaram. Os anos se passaram e tantos dias terríveis então se sucederam. Em muitos deles nossa morada foi apenas a cavidade de um rochedo, quando enfrentamos toda sorte de intempéries. Depois disso tudo, o sortilégio chegou ao fim; três anos havia transcorrido. Mesmo assim, meu amor por você continuou inabalado; mais forte e até mais inebriante. E já não era mais o efeito da poção mágica; eram meus mais puros sentimentos.
Quando tu dormias junto a mim como uma princesa, eu ficava por longo tempo a admirar tua beleza. Colocava a espada nua, de gume duplo, entre nós dois, para que nosso amor fosse o maior exemplo do amor cortês, cheio de virtudes, o mais puro de todos, e para que assim não fosse maculado pelo calor da nossa paixão. Além disso, podia amá-la e também, de certa forma, manter minha fidelidade ao Rei meu tio.
Isolda, tu és a mais bela das mulheres que conheci. Naveguei por todos os mares e só a ti encontrei para amar tão intensamente. Experimentei o encanto das carícias sem amor, mas tua imagem me fez seguir errando pelo mundo, apenas matando gigantes e dragões. Quando só, talhei em madeira nobre uma imagem tua e guardei-a para continuar te amando e também para lembrar de ti enquanto estavas longe.
Agora, em meu leito de morte espero a tua chegada. Se tu não vieres, não tenho mais razão para continuar vivendo. Isolda, minha força; Isolda, minha querida. Em vós, minha morte, em vós, minha vida!
Aqui acaba o pequeno texto. A todos os amantes, aos sonhadores, aos enamorados, aos ciumentos, a todos aqueles a quem o desejo morde, aos divertidos, aos enlouquecidos, a todos que lerem esta curta história! Para que possam todos tirar reconforto contra as traições, contra as injustiças, contra as dores, contra as lágrimas, contra todos os desgostos...
Mais tarde, atravessei novamente as águas bravias da Irlanda e enfrentei toda sorte de inimigos, inclusive um dragão do qual a língua cortei só para te conquistar. Tudo isso fiz para encontrar a dona dos cabelos dourados, os fios que brilham mais que ouro.
Por fidelidade ao meu Rei, tentei então renunciar ao teu amor. Mas, foi impossível te esquecer; a distância sempre me foi insuportável.
Tempos depois, tivemos que fugir e nos esconder daqueles que sempre nos invejaram. Os anos se passaram e tantos dias terríveis então se sucederam. Em muitos deles nossa morada foi apenas a cavidade de um rochedo, quando enfrentamos toda sorte de intempéries. Depois disso tudo, o sortilégio chegou ao fim; três anos havia transcorrido. Mesmo assim, meu amor por você continuou inabalado; mais forte e até mais inebriante. E já não era mais o efeito da poção mágica; eram meus mais puros sentimentos.
Quando tu dormias junto a mim como uma princesa, eu ficava por longo tempo a admirar tua beleza. Colocava a espada nua, de gume duplo, entre nós dois, para que nosso amor fosse o maior exemplo do amor cortês, cheio de virtudes, o mais puro de todos, e para que assim não fosse maculado pelo calor da nossa paixão. Além disso, podia amá-la e também, de certa forma, manter minha fidelidade ao Rei meu tio.
Isolda, tu és a mais bela das mulheres que conheci. Naveguei por todos os mares e só a ti encontrei para amar tão intensamente. Experimentei o encanto das carícias sem amor, mas tua imagem me fez seguir errando pelo mundo, apenas matando gigantes e dragões. Quando só, talhei em madeira nobre uma imagem tua e guardei-a para continuar te amando e também para lembrar de ti enquanto estavas longe.
Agora, em meu leito de morte espero a tua chegada. Se tu não vieres, não tenho mais razão para continuar vivendo. Isolda, minha força; Isolda, minha querida. Em vós, minha morte, em vós, minha vida!
Aqui acaba o pequeno texto. A todos os amantes, aos sonhadores, aos enamorados, aos ciumentos, a todos aqueles a quem o desejo morde, aos divertidos, aos enlouquecidos, a todos que lerem esta curta história! Para que possam todos tirar reconforto contra as traições, contra as injustiças, contra as dores, contra as lágrimas, contra todos os desgostos...
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