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Publicado: Sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Tudo muito previsível

As clássicas e muito conhecidas revistas semanais de circulação nacional, trazem talvez a vantagem de dar enfoque posterior às matérias – diários,  televisão e a mídia virtual, os apontam de imediato – pelo menos no aspecto de uma análise mais detida e enriquecida com a repercussão e o efeito dos acontecimentos. Vai-se aos assuntos sobre o momento das ocorrências e, nesses casos pois, também sobre suas consequências mais próximas. O fato em si e o seu desdobramento.

Justifica-se entao uma palavrinha, de relance, de um evento que não não é de ontem mas que continua a repercutir. Um meteórico olhar sobre a barafunda que é a política.

Daquilo que se esperava pudesse ser um mínimo de luz – o tradicional debate da Bandeirantes – foi algo tão insosso que, na apreciação final dos comentaristas, nem eles encontraram propriamente o que falar. Foi pobre demais a cansativa atuação dos aspirantes ao poder máximo da Nação.

Salvaram-se, seja permitido dizer, a candidata mais jovem e o cidadão ali mais idoso, ambos de muita experiência anterior no legislativo. Sabem que não lograrão vitória, mas mesmo assim apresentaram um discurso mais palatável.

É. Política tem sempre disso: afora os eternos medalhões, nunca faltam os candidatos de pouca chance popular para os cargos em jogo. Antes senadora e até ministra, ela talvez esteja a galgar o primeiro degrau da mesma escada do atual presidente, ou seja, tentar chegar lá paulatinamente. Falou-se que o candidato de idade provecta até certo ponto trouxe para si os louros do embate, porque entre irônico e experiente, fez rir a platéia por várias vezes.

A troca de idéias, com a rigidez do programa e pulso firme na sua direção, mais uma vez – e assim será até não se sabe quando – só revelou que no fundo faltam nomes à moda antiga, políticos de peso e de programa convincente.

Tanto que, e mesmo assim, por iniciativa popular, aí está a lei da Ficha Limpa. Que ironia.

Fizeram-na cheia de buracos pelos quais o pretenso hermetismo jurídico vai abrir as necessárias valas e, ao menos desta vez, uma norma sem efeito porque tem defeito, com o perdão da rima. Elaborada para inglês ver.

Tudo muito previsível.

Se isso é um mal – a barafunda da política brasileira – reconheça-se que todo mal tem culpado ou culpados.

No caso, culpados mesmo, os próprios eleitores.

Se os candadidatos não preenchem os requisitos, se na sua grande maioria são aproveitadores e de ocasião, se a corrupção é patente e não acaba, por que os bons não se candidatam?

Portanto, enquanto se  busca trazer à tona, como agora, as malvadezas deles e as suas peraltices, aquelas sobretudo de avanço aos cofres públicos, eles podem continuar a rir à toa. A Idade Média é passado longínquo e ela mesmo assim deixou resquícios, pelo menos quanto a existirem candidatos (não políticos) a novos bobos da Corte, os disciplinados eleitores que vão compor as filas eleitorais de outubro.

Tudo porque os intimoratos, os capacitados, os destemidos, os patriotas e os impolutos não se apresentam.

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