Um Fenômeno não acaba
Um fenômeno acaba? Talvez sim, se estivermos falando daqueles com efe minúsculo. Mas um Fenômeno de verdade, com efe maiúsculo, esse não acaba não. Sob aplausos de unanimidade, Ronaldo Luiz Nazário de Lima despediu-se da Seleção Brasileira de Futebol. Dizem que a unanimidade é burra. Concordo, mas ela não joga futebol.
Ronaldo não lembra em nada o verdadeiro Fenômeno futebolístico. Há muito deixou de ser o jogador que encantou o mundo inteiro. As despedidas são sempre assim: cultuamos os dias de glória que ficaram para trás, mas que jamais serão esquecidos.
Se Pelé fosse um deus do futebol, Ronaldo seria seu filho. Depois do santista, é ele a referência esportiva do Brasil pelo mundo afora. Um atleta que venceu rivalidades históricas: amado por torcedores espanhóis do Barcelona e do Real Madrid; amado por italianos do Milan e da Internazionale; amado por cruzeirenses e corinthianos.
O maior artilheiro da história das Copas do Mundo, com 15 gols, vestiu a camisa verde e amarela em cada um deles. No total, foram 67 as vezes em que balançou as redes com o escudo da CBF no peito. Venceu dois mundiais. Sendo que, no de 2002, ninguém apostava um dólar furado em sua recuperação como atleta depois de tantas e graves lesões.
A trajetória de Ronaldo Nazário é o sonho de vida de qualquer brasileiro comum. Um rapaz que saiu do nada e, graças a talento e dedicação, conquistou o mundo. Um Fenômeno não acaba não. Um Fenômeno se transforma. E Ronaldo sai dos gramados para entrar na História.
- Faça seu comentário e mande sua sugestão de assunto para o artigo seguinte!