Um pai de todos, missão sublime
Quase que com as mesmas palavras de certa crônica, perdida no tempo, têm-se por conveniente e oportuno repetir hoje aquelas considerações. Frases e trechos podem inclusive serem mencionados de novo, por inteiro. ‘In totum” ou “ipsis litteris”, para recorrer à exatidão com que a língua latina permite exprimir muito em poucos termos.
Aliás, também em certa oportunidade, em artigo outro cujo enredo não se consegue lembrar agora, falou-se do jovem sacerdote Juarez de Castro, que dissera não se vincular o celibato do padre nem tanto ao aspecto sexual e sim muito mais ao da conveniência de sua total disponibilidade aos fiéis. A responsabilidade de manter uma família iria sem dúvida, nas mais variadas circunstâncias e em situações de emergência, sobretudo, impedir que se entregue livremente ao pastoreio das almas.
Tudo isto se diz, para se chegar, por fim, repisar um mesmo assunto, matéria praticamente repetida, como se assume ali atrás.
O atendimento direto ao povo em termos de direção espiritual é muito amplo, porque vai da oitiva paciente, a informações e orientações e ainda, na maioria dos casos, a uma confissão, nela compreendido também o aconselhamento. Não há outra tarefa na condução de almas mais importante para o padre, do que esta, - a de fazer-se pronto a atender. Tão seriamente que, mesmo sob as injunções dos tempos modernos e eletrônicos, com horários e regras, sempre pode haver uma exceção, pela gravidade do caso. Mesmo quando ocupado, apenas despedir o consulente, sem colher dele, em duas palavras que seja, do que realmente precisa ou o que o aflige, será uma atitude não coerente com a mais sublime das missões, o sacerdócio.
Missão
Está assegurado a todas as pessoas que na aflição, incerteza ou dificuldade e, também no erro a que todos estão sujeitos, encontrem elas meio rápido e eficiente de receberem orientação e, pela via do sacramento se for o caso, obter o perdão.
Sim, você pode voltar
Vem de próceres da própria Igreja um pesado lamento justamente nesse particular, de nem sempre haver hoje aquela entrega de alma e de corpo, tão necessária aos fiéis e, assim mesmo, nos lugares em que existem padres. Não se perde, pois de vista aqui, tampouco, a verdade antiga e atual da grandiosidade da messe, ela sempre superior e inatingível toda ela pelo número sempre pequeno de pastores. Por aí justamente se esperar o maior desdobramento e empenho possíveis no cuidado do rebanho.
E agora, um trecho transcrito, de comentário anterior:
“O Tribunal da Penitência, denominação quase inadequada ao sacramento da Confissão, é uma das preciosidades, pérola verdadeira, da Igreja Católica. Muito mais que ser um tribunal – termo que poderia sugerir aos menos informados algum sentido de ajuste ou de cobrança – o confessionário consagra o reencontro do penitente, arrependido e disposto à vida nova, com o Deus de amor, - Jesus - a recebê-lo de braços abertos. Pois não é Ele mesmo a falar de festa no céu quando alguém se converte? No instante em que o fiel se arrepende, decide-se pela volta e dá os primeiros sinais dessa intenção, Jesus, que nunca o abandonou, o abraça pressuroso.
“Enquanto o arrependimento caminha, o perdão voa.”
A necessidade da maior aproximação do padre com o fiel assume especial significado nestes tempos da proliferação da subliteratura da auto-ajuda, no mais das vezes nociva e inconsequente. Oportuna também perante os aliciadores fixados nas portas das igrejas de ocasião, a captar seguidores por lhes prometer reviravolta na vida, seja no campo do relacionamento como da prosperidade.
Por corolário, some-se a quase inexistência de um trabalho evangelizador na acepção correta do vocábulo – evangelizar. Evangelizar, pessoa a pessoa, corpo a corpo, de porta em porta e, no geral, na intuição inteligente de um contato mesmo com desconhecidos numa fila, numa condução, em mil situações enfim. Mas este, amigos é um outro assunto.
Exatamente, uma missão sublime a do padre, um pai com significado expandido, por ser o pai de todos.
Tenham todos um bom domingo e melhor semana, a última de setembro de um ano que corre mais do que qualquer outro.
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