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Publicado: Sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Uma década de bênçãos

Fora numa segunda feira, 29.
Estava-se em novembro.
1999.

Pela primeira vez, pelas mãos do então Vigário Antonio Spoladore, logo em seguida à missa das 7 horas, o Santíssimo era exposto, na Capela do mesmo nome.

Àquele tempo – e por ser o começo de uma devoção – foi necessário organizar um elenco de mais de quinhentas pessoas, para cumprir o revezamento diário e semanal, de adoradores. Sob compromisso, esses fiéis tinham seu horário fixo em algum dia da semana, pelo tempo de quinze minutos. 

Implantada a prática, ao longo dos anos, muitos ainda observam rigorosamente seu horário de visita ao Santíssimo. Na verdade, atualmente, o próprio povo, aos poucos, se habituou a buscar naquele recinto o contato com Jesus sacramentado. Sabe-se que a adoração permanente não prevê um afluxo de adoradores que lote o ambiente, como nas missas e em outras celebrações litúrgicas. 

Hoje, portanto, para felicidade e gáudio dos ituanos, vencida uma década, confirma-se o apego das pessoas a uma religiosidade característica da cidade e que sempre a notabilizou.

A exposição e adoração ao Santíssimo, constituiu-se no passado de uma prática litúrgica bem mais difundida. Com o advento do Concílio Vaticano II, que liberou inclusive a observância das missas de preceito também aos sábados, esse ato de fé e devoção se tornou até bem raro.

Muito lentamente, no entanto, tende a voltar.

Talvez dos locais mais conhecidos no Estado, tem-se a adoração permanente na Igreja de Santa Ifigênia em São Paulo. Bem conhecido em Campinas, o Templo Votivo do Santíssimo Sacramento. Vigora a adoração no Convento das Carmelitas, em Jundiaí. Também na cidade de Lavras em Minas e Cianorte no Paraná. Ainda no Paraná e tradicionalíssima, a adoração em templo específico, no Largo da Ordem, em Curitiba.

Manaus, na Igreja de São Sebastião, inaugurada a adoração perpétua, desde outubro último. Essa denominação – adoração perpétua – caracteriza os poucos locais em que ela se dá noite e dia, ininterruptamente. A maioria, entanto, costuma denominar também como adoração permanente ou diurna, que é o caso de Itu.

Os hábitos modernos, sobretudo por questão de segurança, impuseram uma relativa limitação à exposição e adoração ao Santíssimo.

Casa perfeitamente este décimo aniversário da exposição em Itu, com  a comemoração dos seus quatrocentos anos de fundação, em fevereiro próximo.

Inimaginável, impossível de se contabilizar, a infinidade de bênçãos e graças hauridas pela gente ituana, nesse longo período de fiel visita a Jesus.

Ele lá se põe, diariamente, de segunda a sexta feira, em audiência contínua, sem hora marcada. Acolhe as penas e as preces de todos, como se pode também agradecer as alegrias e as benesses que Ele distribui a mancheias.

Como corolário de tão privilegiada condição dos fiéis devotos, ao final da tarde, a adoração em Itu culmina com a tradicional e secular Bênção do Santíssimo, sob o entoar do hino próprio, “Tão Sublime Sacramento”, além da recitação da preciosa oração da Fórmula de Louvores, em que sobem aos céus as súplicas em benefício de toda a nação brasileira e dos fiéis já falecidos.

Nesta sexta feira, 27, em comemoração, faz-se a recitação do terço de hora em hora, o primeiro às 8 e o último, às 16 horas, seguido da Bênção final.

Já no domingo, a solene missa das dez horas, na Matriz, será de ação de graças. 

Hora apropriada, assim, de se repetir, com a consciência e sadio orgulho:
“Graças e louvores se dêem a todo momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento.”

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