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Publicado: Sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Vale-alimentação

A mídia, mais recentemente, tem trazido informes a respeito de ocorrências administrativas na área do Judiciário que, a serem exatas, causam surpresa e perplexidade.

Um dos componentes do suporte trino da democracia, o Judiciário era tido e havido como o pilar que se salva, principalmente quanto ao mau uso do dinheiro público.

Desordem no Legislativo e no Executivo é a regra de sempre, apenas que exacerbada com o passar dos anos. Ocioso e desnecessário fazer desfilar quanta verba se malbarata neste país. Mas o que punge fortemente nessa prática espúria, é quando o favorecimento é diretamente pessoal.

Causa preocupação, portanto quando se publica que, de uma canetada só, foram liberados 82 milhões (!!!) a título de vale-alimentação a juízes federais e do Trabalho. O Ministério Público da União tem de há muito essa regalia e os senhores magistrados queriam também. E conseguiram! Quem vai pagar é o Tesouro, ou seja, você mesmo caro leitor, que é vitima, sabendo ou sem saber, de polpuda contribuição compulsória mediante o recolhimento de impostos de toda sorte.

Esse aceno de que se tratava de antiga aspiração da classe, não valida a concessão e muito menos o efeito retroativo da regalia. Se ninguém adoeceu de lá para cá - desde 2004! - por insuficiência alimentar, como justificar o pagamento? Mesmo a perguntar de outra forma: teria alguém dos beneficiados empobrecido por causa da falta do vale-alimentação?

A concessão veste bem a roupa, na verdade, do que seja aumento indireto de salário. Fosse o assunto, comida por comida mesmo, de preocupação nutricional intrínseca, por que não se lhes estender, aos reclamantes, desde já, sem saudosismo quimérico e com vigência daqui para frente, do mesmo vale-refeição que a lei assegura ao trabalhador brasileiro?

Nessa altura, ao se liberar essa avassaladora quantia na distribuição dos 82 milhões, para tal finalidade, fica-se curioso por saber mais, qual seja, o valor unitário de cada vale-alimentação

Todo este enfoque se norteia pela ampla divulgação pelos jornais, revistas e televisão. É de pasmar.

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