Publicado: Segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Vamos atravessar a ponte?
Lisboa possui duas belíssimas pontes que a ligam à margem sul do Rio Tejo. Uma, a mais moderna é a ponte Vasco da Gama; a primeira e mais emblemática de todas é a Ponte 25 de Abril.
A primeira idéia de construção dessa ponte remonta ao ano de 1876, mas só em 1953 é que o governo português cria uma Comissão com o objetivo de estudar e apresentar soluções sobre a questão do tráfego ferroviário e rodoviário entre Lisboa e margem sul do Tejo.
Finalmente em 1958, os governantes portugueses decidem oficialmente a construção da ponte, que foi inaugurada em 6 de agosto de 1966 com o nome de Ponte Salazar. Logo a seguir a revolução de 25 de Abril, o seu nome é mudado para Ponte 25 de Abril. Entretanto em 1999 foi inaugurado o tráfego ferroviário, alguns metros abaixo do tabuleiro de trânsito rodoviário.
As consequências resultantes desta travessia não se fizeram esperar, relativamente a explosão urbanística nessa região, bem como crescimento turístico do sul de Portugal, destacando-se Algarve e Alentejo.
A grandeza e a imponência da Ponte 25 de Abril está bem expressa no fato de, à data da sua inauguração, ser a quinta maior ponte suspensa do mundo e a maior fora dos EUA. Passados quarenta anos, após a sua inauguração, ocupa, agora, o 66º lugar, a nível mundial.
Mas é da região do Alentejo que quero começar a falar. Considero que seja uma das mais belas paisagens portuguesas, marcada pela amplitude e luminosidade, por grandes castas de vinhos, por pastos cheios de ovelhas, que atravessam as pequenas estradas, colocando-se a nossa frente, como que marcando território. Ainda resistem ao tempo sobreiros ou oliveiras. Aqui e acolá ergue-se recintos muralhados, como Marvão ou Monsaraz. Nos famosos montes, casas brancas caiadas coroam pequenas elevações, os castelos lembram lutas e conquistas, e os pátios e jardins atestam influências árabes, que moldaram o povo e a natureza. A tranquilidade reina em toda a região.
Inserida nesse meio vamos encontrar a cidade romana de Évora, Património Mundial da Unesco. Foi conquistada aos mouros em 1165 por Geraldo Sem Pavor, sendo que um dos pontos turísticos e de reunião da cidade chama-se Praça do Geraldo.
Faz parte dos lugares imperdíveis o templo romano de Évora, ou Templo de Diana. Na realidade, o templo provavelmente foi construído em homenagem ao imperador Augusto, que era venerado como um deus, durante e depois de seu reinado, por isso a comparação com a deusa romana da caça, Diana. O templo foi construído no séc. I d.C., na praça principal de Évora. No século V, Évora foi invadida pelos germânicos e o templo destruído, sendo que, hoje em dia, suas ruínas são os únicos vestígios do antigo templo. O templo de Évora ainda está com sua base completa (pódio) feito de blocos de granito. O lado sul da base costumava ter uma escadaria, agora em ruínas. O pórtico não existe mais. Um total de catorze colunas ainda estão de pé no lado norte da base.
Para além do Templo de Diana, temos a Capela dos Ossos, como referência turística em Évora. Essa capela está situada na igreja de São Francisco, e foi construída no seu XVII por iniciativa de três monges que, dentro do espírito daquela época, pretenderam transmitir a mensagem de transitoriedade da vida, tal como se vê no célebre aviso à entrada: “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”. Foi construída no local do primitivo dormitório dos frades, e apenas recebe luz por três pequenas frestas do lado esquerdo. As suas paredes e oito pilares estão decorados com osso e caveiras ligados por cimento. É um monumento de arquitetura penitencial, ornamentadas com filas de caveiras, aproximadamente 5000, provenientes dos cemitérios. Impressiona pela expressividade com que representa o sofrimento de Cristo, na sua caminhada com a cruz ao calvário.
Hoje Évora é um dos maiores municípios de Portugal, abrigando uma grande universidade, com vida cultural intensa, atraindo cada vez mais população jovem e ao mesmo tempo incrementando o mercado turístico da região.
Comentários