Vedando a evangelização
No auge do catolicismo no Brasil (século passado, idos de 1930), todo cristão-católico era convocado a fazer apostolado. Fazer apostolado consistia em procurar convencer o próximo, de nenhuma ou pouca instrução religiosa, a aderir aos conhecimentos cristãos, base para alcançar a salvação eterna e já nesta vida contar e conseguir, a relativa felicidade.
O século XX passou e já na primeira década do novo, constatamos a intensa descristianização da sociedade, inclusive no sentido de obstaculizar e mesmo proibir procedimentos de evangelização.
As forças anticristãs são tão maquiavélicas e poderosas que atuam em surdina, disfarçadamente, de maneira, que o despreparado e ingênuo povo vai aceitando tudo, pois não percebe nada.
Veja o caso do ensino religioso que, apesar dos altos e baixos, sempre existiu nas escolas, mas acaba de sofrer mais um ataque fulminante. Pode-se ensinar religião, diz a nova orientação superior, mas no sentido histórico, ou seja, relatar e descrever as existentes, sem fazer qualquer opção por nenhuma delas!
É a conseqüência do estado laico que aceita todas as crenças, não admitindo, porém, qualquer proselitismo! Isso significa para o cristão, em outras palavras, que está sendo vedada a evangelização!
Aí então, começam as complicações, inclusive conflitos íntimos. Cristo ordenou aos seus apóstolos e discípulos que espalhassem a sua doutrina por todo o mundo.
Você então, discípulo do Mestre, vinculado ao Cristianismo desde a infância, pois o Brasil descoberto sob a égide da cruz, como fica? Vai renunciar à crença ensinada pelos pais, mestres, religiosos? Tudo que aprendeu de religião e de moral foi inútil, não vale mais nada? Todos lhe ensinaram coisas erradas?
Só os modernos, os “sabichões” da atualidade se encontram de posse da verdade “verdadeira”? Constata-se com tristeza e temor que a grande mídia, a deusa mitológica da modernidade, só cuida dos interesses materiais.
É evidente que, seguindo filosofias abstratas e estranhas, demonstra sensível desinteresse pelo Cristianismo e, logicamente, não abre espaço para o “apostolado”, vocábulo que considera anacrônico ou obsoleto.
Encontramo-nos pois, “num mato sem cachorro”, encolhidinhos em nosso canto. Não podemos proclamar que a nossa fé é verdadeira e somente com atitudes firmes e coerentes, em contínuo e exaustivo trabalho chegaremos um dia (é a esperança) a ver reais melhora na sociedade em termos de segurança, prosperidade e paz!
Isso sem nos esquecermos das diuturnas preces ou orações, pois tudo depende exclusivamente da Misericórdia Divina. Aliás, a Misericórdia Divina é mesmo infinita, porque, em verificando as toneladas de bandalheiras, sacanagens e maldades existentes no mundo, concluímos que só a imensurável bondade do Criador é capaz de as tolerar.