Publicado: Sábado, 29 de setembro de 2007
Vida em Abundância
Belíssimo e difícil tema para reflexão. Em primeiro plano surge a idéia da abundância material onde nada nos faltará. Aí penetra o pensamento da riqueza, porém, podemos convir que o homem pode se tornar excessivamente rico e não encontrar a felicidade.
Por exemplo, ser rico e portador de doença incurável, ter alguém da família com graves problemas de saúde etc. Na seqüência da reflexão, passa-nos pela mente que o ideal é ter bens materiais suficientes para vida confortável e desfrutar de boa saúde, assim como todos os membros da família. Porque a família sendo unida, qualquer perturbação em algum dos seus membros repercute em todos, em proporções variáveis, segundo a intensidade da afeição existente.
Acontece que a máquina humana é de carne e osso e desgaste e recuperação, algumas vezes, podem ser contornados, chegando, porém, a um ponto final sem qualquer possibilidade de restauração. Aí chega o fenômeno morte, fatídico, misterioso, amedrontador para os desprovidos de fé.
A vida em abundância, de que nos fala Jesus, se refere, evidentemente à vida eterna, eis que, se tratasse, sobretudo, da fartura de bens materiais, a felicidade eterna sofreria arranhões, em outras palavras, ensejaria que todos desejassem prolongar ao máximo a existência terrena, então próspera e agradável.
Lá, entretanto, sem as limitações da matéria e conhecendo sem rebuços a origem e as razões da existência, nos encontraremos em condições de desfrutar a vida em sua abundância total ou seja, plena de felicidade.
Neste mundo, com absoluta clarividência, sentimos também que, unidos ao nosso Criador, a relativa felicidade pode nos acompanhar, seja pelo acesso aos bens materiais (outorgados suficientemente a cada um segundo sua condição de vida), seja pela mansa conformidade à situação que desfrutamos (a humildade dos menos favorecidos).
Em outras palavras: se estivermos seguindo as diretrizes divinas, ou seja, observando os mandamentos, viveremos felizes, comprovando de maneira eficiente o nosso amor para com Deus.
Infelizmente, a abundância que constatamos, na verdade, se transubstancia em excessos ou exageros: trabalha-se muito, intensivamente até para se conseguir a abundância de bens, mas tal não acontece.
O salário é minguado. Aquilo que poderia se transformar em moeda corrente também é parcimonioso e assim, podemos concluir que a mensagem evangélica, “vida em abundância”, está bem distante de se tornar realidade material.
Relembramos, nesse instante, aquela outra, de Marta e Maria, em que Jesus salienta que Maria escolheu a melhor parte. Significa isso, em boa interpretação, que precisamos também, procurar primeiro as coisas divinas que são recomendadas e não perecem: o amor a Deus. Com tal disposição nossos esforços serão menores e as benesses, maiores.
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