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Publicado: Sábado, 16 de junho de 2007

Vidas Desencontradas

A vida moderna iludiu meio mundo. Querendo viver intensamente todos os encantados momentos da modernidade, os indivíduos foram se afastando de toda a convivência, a ponto de caírem num isolamento assustador.
 
“Fechando-se em copas”, muitos pensaram que a felicidade poderia se encontrar sob controle absoluto. O inexorável tempo, porém, fez todo mundo cair em si e constatar que a sua vida se encontra isolada, ninguém se interessando pela mesma, a recíproca sendo absolutamente verdadeira. Vidas desencontradas.
 
A essa altura, o homem sendo um animal social, segundo vulgarizado conceito filosófico, desce a tristeza de não se encontrar pessoas para conversar, trocar idéias, manifestar alegrias, preocupações, temores etc. e com isso aumenta a insatisfação e infelicidade.
 
Relembramos, então, com saudades, dos conhecidos e multidão de amigos, todos seguindo essa filosofia do desencontro. Dela tendo conhecimento nada podem fazer, porque ninguém quer tomar a iniciativa da aproximação motivados pela timidez, acanhamento, dificuldade e orgulho mesmo.
 
E com isso, vamos vivendo sem encontrar solução para os problemas mais sérios da vida, como a violência, por exemplo. É claro que a sociedade tem a solução para o problema, mas as suas raízes não são pesquisadas, todo o movimento ficando nas folhagens e ramificações.
 
Por que suas raízes não são pesquisadas? Aí está o busílis da questão cuja chave enigmática do problema se resume na já conhecida expressão “forças ocultas” que engloba tudo que passa pela mente de cada um.
 
Então, o negócio é deixar a coisa como está. Na verdade, individualmente, todos procuram fazer alguma coisa, mas como não há junção de forças, a possibilidade é que apenas o “status quo” reinante continue sobrevivendo. E assim, todos os homens de bem esperam que a intervenção do Criador de todas as coisas, venha, algum dia, coloca-las em seus devidos lugares (quem sabe a visita do Papa tenha nos proporcionado alguma importante ajuda).
 
Aí ressurge o espírito de oração, possibilidade única que se encontra ao nosso alcance. No mundo todo, deve haver uma pequena porção de justos que, na profundidade do amor a Deus, consiga, como nos faz lembrar aquele diálogo com Abrahão, sobrestar a sua ira para não exterminar a perversa humanidade. Mistérios insondáveis não permitem à frágil criatura humana desvendar não só o próprio futuro, mas os caminhos que à humanidade restam a percorrer.
 
Tudo seria bem melhor se nos comunicássemos mais, se nos valêssemos da telefonia, internet, skype, msn e das insubstituíveis visitas pessoais para desabafarmos, trocarmos dados da experiência pessoal, tudo como forma de manifestação de amor ao próximo.
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