Viver é amar!
Será que é exagero afirmar que “quem não ama não vive, vegeta”? Se pensarmos bem, não é. A Encíclica de Bento XVI confirma o que deveria ser óbvio para nós cristãos: Deus é Amor! Isso resolve a questão: se não temos amor, se não amamos é porque não temos Deus em nossa vida.
Não é nada fácil definir o que seja realmente o amor, assim como não é fácil amar verdadeiramente, nem a Deus, nem aos irmãos, nem a si próprio. Porque o amor tem suas exigências específicas que muitas vezes “atrapalham” a vida que o mundo “ensina” a viver.
Bento XVI traz para uma reflexão profunda o Amor em sua dimensão humano-divina. Bem a tempo, já que, embora eterno, o amor humano vem sendo ofendido, ultrajado, desprezado, diminuído, mal-entendido, mal-aplicado, usado e abusado, confundido...
O pior é que não só desprezaram o amor, como confundiram seu verdadeiro significado, estando largamente substituído por termos que não são sinônimos. Assim, para muita gente amar significa gostar, ignorando que gostar é apenas um sentimento. Amor é confundido com paixão, com prazer sexual e mesmo com interesses.
Amor é muito mais que tudo isso. Acima de tudo amor é dom de Deus que se torna doação, dom de si. Amar é doar-se sem restrições, incondicionalmente.
A primeira coisa a pensar é se nós nos amamos. Sim, porque isso é fundamental. Alguém que não consegue se amar, não vai conseguir abrir-se ao outro, dedicar-se a ele. E por que não se ama? Talvez porque não se aceite, não se conheça, não se valorize... não consegue conviver com suas limitações. É claro que é infeliz. Precisa de conversão de vida.
A falta de amor é algo grave para a pessoa, para o seu convívio e para a sociedade.
Lembra o papa que "Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele" (1Jo 4, 16), o que se traduz na opção fundamental da vida cristã. Explicam-se aqui talvez todos os desastres verificados na história da humanidade, bem como toda a sua grandeza. O amor verdadeiro é o divisor de águas, entre um mundo mais humano, mais justo ou um mundo regado a injustiças, desentendimentos e confrontos, sangrentos ou não. "Num mundo em que ao nome de Deus se associa às vezes a vingança ou mesmo o dever do ódio e da violência, esta é uma mensagem de grande atualidade e de significado muito concreto", justifica Bento XVI.
"Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Lv 19, 18; Mc 12, 29-31) – o amor é na verdade a nossa grande resposta ao próprio amor de Deus, que insiste em vir ao nosso encontro.
O ser humano está vivendo como um animal inteligente. Contenta-se com sua capacidade, sua auto-suficiência e esquece sua real origem e natureza, sua essência como um ser dotado de uma parte divina. Assim, Deus não faz parte de sua vida e, é claro, nem o amor.
Amor é algo da alma, do coração e, muitas vezes, preferimos trabalhar mais com a razão...
Você já percebeu que o Amor é contagioso? Então, deixe-se contaminar por ele e livre-se da vontade do mundo que nos quer afastar do Amor e de Deus!