Você mentiu?
A tradição vem da França do século XVII, quando começaram a festejar o Dia dos Tolos, Dia dos Bobos ou Dia da Mentira. Mas a verdade é que o ser humano mente desde que se conhece por gente. Mentir e enganar, seja com fins sórdidos ou por simples brincadeira, faz parte do nosso DNA.
No Brasil a mentira desembarcou junto com as caravelas de Cabral, em 1500. Na verdade os europeus já conheciam o novo continente de viagens em anos anteriores, mas a coroa portuguesa achou por bem montar a farsa de 1500 para criar o “descobrimento do Brasil”.
A mentira por brincadeira pode até ser divertida, desde que não prejudique ninguém. Seria uma mentira com fim jocoso, piadístico. Em 1º de abril de 1848 começou a circular em Minas Gerais um jornal chamado “A Mentira”, cuja primeira manchete anunciava a morte de Dom Pedro, desmentida na edição seguinte”. O informativo durou exatamente um ano e meio.
Mentira em jornal, aliás, continuamos vendo até hoje. É preciso ter faro fino para identificar, mas algumas estão ali sob os narizes dos leitores. Já dizia Raul Seixas em “Cowboy Fora-da-Lei”: “Eu não preciso ler jornais / Mentir sozinho eu sou capaz”. Estou falando do jornalismo marrom, partidário, vendido e anti-ético.
Em nível pessoal, todos temos nossos episódios de discípulos de Pinóquio, pelos mais diversos motivos. Neste Dia da Mentira, convoco os leitores e leitoras a refletir. Qual foi a maior mentira que você já contou na vida? Era justificada? Prejudicou alguém?
Trata-se de uma espécie de auto-análise. Só não vale é mentir na resposta. Afinal podemos mentir para qualquer um, menos para nós mesmos.
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