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Publicado: Quarta-feira, 29 de abril de 2009

Você topa?

Se fossem convidados para listar parlamentares maus, com certeza os cidadãos conscientes e até os menos ligados, saberiam arrolar aqui vários nomes.
 
A proposta desta crônica quer algo mais difícil. Um exercício de memória, para registro de políticos impolutos, com tradição e honradez e que não enriqueceram à custa do erário.
 
Antes de alocar personalidades políticas na primeira ou na segunda dessas situações, registra-se um pormenor importante.
 
O Congresso Nacional é composto de cerca de 600 componentes no todo. Há uma infinidade deles, de outros estados principalmente, dos quais sequer se ouviu falar. Ilustres desconhecidos, no entanto, que “trabalham” em silêncio, pois que certamente tão gananciosos como os que afluem na mídia mais vezes.
 
Vem à mente então com mais facilidade, primeiramente os do próprio estado da Federação em que vive cada um dos brasileiros. É preciso por isso abranger todos, e somar-se a esse imenso contingente, ainda os pais da pátria, impertérritos defensores do próprio bolso. São desaforados e inescrupulosos, até porque, para eles, a balança da Justiça emperra sempre.
 
O intuito, em suma, desta digressão, é o de que, sem fazer caça às bruxas, o prezado leitor informe apenas o nome dos políticos de Brasília, merecedores de crédito, os respeitáveis e autênticos.
 
Num parêntese, também, já se percebe que se limita a pesquisa aos da capital federal. Vai-se por partes.
 
O uso da relação, já que cada um faria a sua, em princípio é meramente pessoal. Apenas para que vocês mesmos, leitores e leitoras, sintam num plano particular como é deveras pequeno o número dos autorizados a enfeixar-se numa estirpe de honestidade a toda prova.
 
Mesmo, porém, que numa ação de utopia ou de sonho, se consiga erigir uma relação de nomes saudáveis, com a troca de informações nasceria, por assim dizer, uma “Lista de Itu”.
 
Levada à mídia regional, um dia, quiçá – sonhar pode – uma grande lista nacional de bons orientaria o mal cheiroso trabalho de extirpação de maus políticos, cancro nacional.
 
Farra das passagens, diretorias, conselhos disso e daquilo, famílias inteiras em Paris, Londres e Roma (viva!!!), falcatruas sem fim, tudo com dinheiro da gente.
 
Pode? Até quando?
 
Enoja ver os próceres na mídia a anunciar, prometer reparos, falar e desdizer, mas sem dar prova concreta de que a sinecura vai ter fim. Avançam e recuam. Tudo mentira.
 
Ninguém ainda pensou, por exemplo, que essa demora e incerteza das correções, que não se implantam nunca, é porque os senhores políticos, as excelentíssimas esposas e a prole toda, estarão com viagens de há muito programadas. Alem do que ficar sem mel de uma hora para outra é exigir demais deles.
 
E tudo reflui para a constatação de sempre, de que em última análise, cabe ao eleitor por ordem na casa.
 
Você topa?
 
Então faça a lista dos bons e a torne pública. Juntem-se todas, as daqui, e vem depois as da região e por fim um “listão” nacional proclamaria a redenção do povo.
 
Dói somente constatar que o povo, assim dito, está anestesiado. Usurpou-se a capacidade de os brasileiros se organizarem. Desaprenderam. 
 
Mesmo assim, permita-se a ousadia de perguntar de novo:
 
Você topa?
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