Publicado: Quinta-feira, 30 de novembro de 2006
Campanha contra Aids foi lançada nacionalmente
"A vida é mais forte que a Aids" é o slogan da campanha.
Lilian SartórioNo dia 1° de Dezembro, sexta-feira, começou a Campanha Brasileira do Dia Mundial contra a Aids, promovida pelo Governo Federal.
A campanha deste ano tem como protagonistas a advogada Beatriz Pacheco e o ator e escritor Cazu Barros (pessoas comuns que vivem com HIV), algo até então inédito no Brasil. Ambos participaram de vídeos e materiais publicitários da campanha, que já está sendo veiculada.
Através do slogan “A vida é mais forte que a Aids”, a campanha tem como base a “prevenção posithiva” e usa o protagonismo de pessoas que vivem com o vírus a fim de combater a discriminação, o preconceito e o estigma que envolve a doença.
Foram encaminhados às secretarias estaduais de Saúde 55 mil cartazes e 1,5 milhão de folders, distribuídos aos municípios e organizações não-governamentais (ONGs). Em Itu, as atividades do dia 1º de dezembro serão realizadas através de parceria entre o Ambulatório de Moléstias Infecciosas (AMI), Vigilância Epidemiológica e Gapisi (Grupo de Apoio aos Portadores Soros Positivos de Itu).Veja a programação completa.
A campanha este ano está voltada para pessoas acima de 50 anos. Claudia Meirelles (no vídeo), secretária de Saúde de Porto Feliz, residente em Itu e colunista do Itu.com.br, explicou que os idosos também estão sendo vítimas da doença. "O foco da Campanha este ano está nos exames diagnósticos da doença. Grupos pró e pós diagnósticos foram treinados para atender ao público da melhor forma possível", explica.
A campanha este ano está voltada para pessoas acima de 50 anos. Claudia Meirelles (no vídeo), secretária de Saúde de Porto Feliz, residente em Itu e colunista do Itu.com.br, explicou que os idosos também estão sendo vítimas da doença. "O foco da Campanha este ano está nos exames diagnósticos da doença. Grupos pró e pós diagnósticos foram treinados para atender ao público da melhor forma possível", explica.
Conheça alguns casos de soropositivos no Brasil que conseguem fazer a “vida ser mais forte do que a Aids”
"Morte social" - A paranaense Silvana Gomes dos Santos foi infectada pelo vírus da aids por seu marido, um ex-usuário de drogas injetáveis, e foi diagnosticada como HIV positiva em 1994. Seu filho mais novo havia morrido em 1992, como conseqüência da sua soropositivdade, e seu marido faleceu em 1995. Trabalhando como faxineira, teve que vender 500 pizzas para comprar os primeiros coquetéis de tratamento.
Após conhecer outros portadores do HIV em sua cidade (Londrina, PR), Silvana organizou passeatas para reivindicar a compra de medicamentos antiretrovirais pelo sistema publico de saúde. Ao se tornar uma pessoa conhecida na cidade, perdeu o emprego de faxineira e passou, conforme seu relato, a experimentar uma espécie de "morte social". "Perdi meu emprego e muitas pessoas que considerava amigos se afastaram. Nos ônibus coletivos, ninguém sentava perto de mim", conta Silvana.
Mas essa situação não a desanimou. Ela fundou a ONG REAGIR para ajudar os ajudar os soropositivos de Londrina e "fazer com que eles deixassem de ser um problema para se tornar parte da solução". Hoje, a REAGIR faz parte da ALIA e as duas entidades atendem cerca de 2.800 pessoas em Londrina. Aos 42 anos, Silvana presidente atualmente a ALIA, integra o Conselho Municipal de Saúde de Londrina e seu trabalho já foi reconhecido pelo governo brasileiro como uma referência para as mulheres que vivem com o HIV.
Drogas e aids - O paulista Paulo César Nóbrega começou a usar drogas nos anos 70, quando era adolescente na cidade litorânea de São Vicente (SP). O uso intensivo de diferentes drogas - inclusive na forma injetável - o envolveu com o narcotráfico, levando-o à prisão em 1985. Ao realizar exames de rotina no sistema penitenciário, ficou sabendo que havia sido contaminado pelo vírus da aids. "Não sabia direito o que era o HIV e, por isso continuei usando drogas e compartilhando seringas com outros detentos na prisão, onde fiquei até 1993", relata Paulo.
Paulo aderiu ao tratamento antiretroviral de forma definitiva em 1999, após deixar a prisão e abandonar as drogas. Nessa época, freqüentava um grupo de ajuda mútua em São Vicente e convivia com outros soropositivos. Decidiu então fundar a ONG Hipupiara, criada para promover a união das pessoas vivendo com HIV e melhorar a qualidade de vida delas.
"Sofri muito com o preconceito, inclusive por parte da minha própria família. Também perdi várias oportunidades de emprego por ser HIV positivo", relata Paulo. Em 2001, começou a trabalhar como pescador e se aposentou em 2005, em conseqüência de doenças oportunistas relacionadas à aids. "Hoje, levo uma vida normal. Livre das drogas, trabalho como voluntário da ONG Hipupiara, contatando usuários de drogas na cidade e encaminhando-os para serviços de tratamento e assistência. Com toda a informação que acumulei sobre o HIV e a aids, consegui enfrentar e vencer o preconceito. Os portadores do HIV e os usuários de drogas não devem se fechar ou evitar falar sobre seus problemas. Ao contrário: temos que ajudar uns aos outros e trabalhar para que todos tenhamos uma vida melhor", afirma.
Ativismo social - No início dos anos 90, o professor Eduardo Luiz Barbosa lecionava em escolas públicas de São Paulo e repassava aos seus alunos as poucas informações que tinha sobre a epidemia de aids. Abordava aspectos preventivos e questões de sexualidade. Mesmo assim, mantinha relações sexuais com homens e mulheres sem preservativo, acreditando que "as características pessoais" dos seus parceiros o deixariam imune à infecção.
Em 1994, foi diagnosticado como HIV positivo. Buscou atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, onde até hoje realiza consultas, faz exames e recebe as terapias. Ao conviver com o GIV (Grupo de Incentivo a Vida de São Paulo), uma ONG dirigida e voltada para pesso
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