Publicado: Quinta-feira, 23 de outubro de 2008
O primeiro contato: a melhor maneira de nascer
Partos por intervenção cirúrgica já são quase metade no país
Guilherme MartinsPor Guilherme Martins
Desde o início dos tempos foi incumbida às mulheres a missão mais nobre e importante do mundo: gerar filhos e dar continuidade à raça humana. Algumas esperam mais, outras esperam menos; algumas planejam, outras não; algumas sonham com isso desde a infância, outras simplesmente não querem; mas desde os primórdios da humanidade, muita coisa mudou, inclusive a forma que a mulher deseja ter a criança.
Existem duas maneiras práticas de o bebê nascer: através do parto normal (via vaginal) ou através da cesariana (via alta ou abdominal), em que o feto é retirado por uma incisão milimétrica na barriga da mulher. Porém, os métodos podem variar muito.
Resolvemos listar os principais tipos de parto para que você possa entender um pouco mais sobre cada um deles. Consultamos o ginecologista e obstetra Dr. Élcio Barbosa Nascimento, que atende mulheres em Itu há 36 anos para dar a sua opinião sobre cada método:
> Cesariana;
> Normal;
> Natural;
> Cócoras;
> Fórceps;
> Leboyer;
> Na água.
> Cesariana;
> Normal;
> Natural;
> Cócoras;
> Fórceps;
> Leboyer;
> Na água.
Embora haja variação nos métodos, a maioria das mulheres no Brasil está optando pelo parto cesariana e apesar das constantes campanhas realizadas pelo Ministério da Saúde, o número de cesarianas continua a crescer no país. Segundo a mais recente Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS), os partos por intervenção cirúrgica já são quase metade do total realizado no Brasil.
De acordo com uma matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo, no dia 26 de agosto de 2008, houve um aumento de 21% no percentual de cesárias entre 1996 e 2006, saltando de 36,4% para 44%. Sudeste e Sul registram as maiores taxas, com 52% e 51%, respectivamente.
A matéria indica também que entre as mulheres que dispõem de plano de saúde, as que optam pelo parto normal são minoria, apenas 19%. Para as que têm filhos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a situação se inverte, com quase três quartos delas dando à luz pelo meio natural.
De acordo com o Dr. Élcio Barbosa Nascimento, vários motivos levam a mulher a optar pelo parto cirúrgico, dentre eles, a questão cultural e o medo da dor. Para ele, desde crianças, as mulheres já estão condicionadas pelas próprias mães a sentir dor no parto. “Por exemplo, quando a menina cai no chão, logo vêm a mãe e diz ‘não é nada filha, pior é a dor do parto’ e, justamente para tentar driblar essa cultura de dor que já está enraizada nas mulheres, elas optam pela cesariana”, afirma.
Problemas Sociais
A Associação dos Médicos do Brasil (AMB) possui um documento padrão chamado Indicações de Cesariana, para as situações em que o procedimento é necessário. Nele está escrita a recomendação de cesária para as mulheres que são Primíparas Idosas, termo médico usado para definir aquelas que têm o primeiro filho em idade avançada. Para os médicos, depois dos 30 anos, a mulher já se encaixa nesse quadro é recomendável o parto cirúrgico.
A razão disso é que as mulheres com idade acima dos 30 anos já não têm a mesma elasticidade na bacia, que as de 20, sendo impossibilitadas de fazer o parto normal. “As mulheres mais jovens têm um organismo melhor, assim o parto normal é mais fácil e rápido que as mais velhas”.
Atualmente a preocupação com a carreira e o status profissional acaba fazendo com que as mulheres adotem outras prioridades antes de ser mãe. “Algumas deixam para ter filhos depois dos 30 anos, para que a maternidade não venha a comprometer a carreira”, opina o Dr. Nascimento. Esse é outro fator que contribui para o aumento do número de cesárias no Brasil.
Aproveitando a anestesia
Uma outra razão muito comum para a preferência das mulheres pelo método cesariano é o fato de aproveitarem a anestesia do parto para realizar outros procedimentos cirúrgicos como a laqueadura, um procedimento de esterilização feminina que consiste no ligamento cirúrgico das trompas de falópio, que fazem o caminho dos ovários até o útero.
A pedagoga Isabel Cristina Aranha de Melo, é um exemplo desse quadro, porém ela aproveitou a anestesia para reverter a cerclagem que havia feito. Trata-se de uma cirurgia feita em mulheres que têm incompetência instimo cervical, que é quando o útero não consegue segurar o bebê. Assim ele dilata e quando o bebê ganha certo peso, nasce prematuro. A cerclagem costura o útero e ele permanece fechado até o 9º mês de gestação, geralmente são dois pontos transversais feitos no 3º mês de gravidez.
“Como a cerclagem tinha que ser revertida após o nascimento, escolhi a cesariana para aproveitar e fazer a reversão logo depois”, conta Isabel. No dia 1º de julho, ela deu a luz ao Pedro, que nasceu com 39 semanas. O parto de Isabel não teve nenhuma complicação e durou aproximadamente meia hora. No mesmo dia ela já foi ao quarto com o filho, amamentou e ambos tiveram alta depois de três dias.
Possíveis complicações
Segundo uma pesquisa da Queen's University, de Belfast, publicada no site da Biblioteca Nacional de Medicina
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