Torre do Castelo é um dos principais pontos turísticos de Campinas
História do prédio e visão panorâmica atraem visitantes.
Sara Silva
Uma tarde de pôr do sol no alto de Campinas e em 360 graus. Este cenário é possível. Da Torre do Castelo, símbolo de grande importância histórica e cultural para a cidade, a visão panorâmica é digna de uma visita no mínimo interessante. O local, tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas (Condepacc), é um dos principais pontos turísticos da cidade e o mais importante marco geodésico do Estado de São Paulo. Com 27 metros de altura, situa-se a aproximadamente 735 metros de altitude. Em dias claros é possível avistar também as cidades da região, como Valinhos, Hortolândia, Sumaré e Paulínia.
O prédio abriga ainda parte do acervo do museu da Sanasa (departamento de água e esgoto) com peças antigas utilizadas no início do abastecimento público da cidade. No mezanino funciona o estúdio da Rádio Educativa de Campinas, que pertence à prefeitura.
Recentemente a Torre passou por uma reforma e ampliou o horário de funcionamento. Agora é possível conhecer o local das 12 horas às 20 horas (antes era aberto a partir das 16 horas). O prédio recebeu pintura nova nas paredes externas e internas, impermeabilização da cúpula e reparo nas redes elétricas e tubulações hidráulicas.
Reparos necessários para uma construção da década de 30 que abriga uma antiga caixa-d’água com encanamentos de ferro fundido importados da França.
O Castelo d´água, com capacidade para 250 mil litros de água, foi criado com o duplo propósito de abastecer os bairros que se formavam na região norte de Campinas e de ordenar o crescimento da malha urbana nesta direção.
Erguido em um dos extremos da triangulação geodésica da cidade, ponto estratégico definido no Plano de Melhoramentos de Campinas, conhecido como Plano Prestes Maia, de 1938, o prédio registra um período em que as cidades começavam a ter planejamento urbano. A rotatória da Torre, conhecida também como balão do Castelo, recebe o trânsito de pelo menos seis vias vindas de todas as direções, à semelhança da rotatória onde está o Arco do Triunfo, em Paris.
Mais história
Na época, a Prefeitura contratou o urbanista paulistano Francisco Prestes Maia, que mais tarde se tornou prefeito de São Paulo, como consultor do plano viário da expansão de Campinas. Uma das propostas do urbanista foi dar continuidade à avenida Andrade Neves, que na época se estendia da estação ferroviária da então Companhia Paulista de Estradas de Ferro até a antiga maternidade (onde funcionava a rodoviária, hoje demolida).
De acordo com o projeto, a avenida Andrade Neves deveria se prolongar até o alto do loteamento Jardim Chapadão, terminando numa rotatória onde seria instalado um obelisco que poderia ser visto de toda a cidade.
Paralelamente, o antigo Departamento de Água e Esgoto de Campinas, hoje Sanasa, estava elaborando um Plano Diretor para solucionar o abastecimento de água em dois bairros emergentes: Botafogo e Guanabara. A opção foi a construção de um reservatório elevado no alto.
Ao tomar conhecimento do projeto do DAE, Prestes Maia aceitou substituir o obelisco pelo reservatório, recomendando que tivesse forma e estilo singular e que pudesse ter, na parte superior, um mirante.
A construção da caixa de água foi tão marcante que aquela área, antes pertencente ao Jardim Chapadão, acabou se transformando, oficialmente, no bairro do Castelo. O bonde 10 que saía do centro da cidade junto à igreja do Carmo na rua Sacramento tinha a denominação ‘Castelo’.
O passeio é uma ótima oportunidade para conhecer Campinas de um ângulo diferente e saber um pouco mais da história da cidade.
Serviço:
Torre do Castelo - Praça 23 de Outubro.
Horário - das 12 às 20 horas
Entrada - gratuita
Durante a semana as visitas devem ser agendadas pelo telefone (19) 3735-5158 ou pelo email: [email protected].
Nos fins de semana também é aberto ao público e não é necessário agendamento.