Cinema

Publicado: Quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Gran Torino

Leia a crítica do último filme de Clint Eastwood!

Gran Torino
Clint Eastwood provou ser uma das joias mais raras do cinema atual

Por Guilherme Martins
 

De uns tempos pra cá, ficou mais difícil assistir filmes que fossem um pouco mais do que apenas “filmes”. Vou me explicar melhor. Existem filmes que você assiste apenas para se divertir, são aqueles que valem as duas horas de entretenimento, e só. No máximo você vai se lembrar deles por mais dois ou três dias e dar risadas. E, por outro lado, existem obras que, de tão magníficas, merecem um lugar especial na nossa memória, e não podem ser caracterizadas apenas como mero entretenimento. São obras obrigatórias. Uma delas é Gran Torino.
 
Sinceramente, eu poderia gastar uns cinco mil caracteres aqui, só listando as lições de vida que o filme traz, mas prefiro instigá-los a assisti-lo ao invés disso. Para quem não sabe, este foi o último filme do ator / diretor Clint Eastwood (até agora, claro) e, como não poderia deixar de ser, parece que este homem realmente sabe como fazer cinema.
 
Os últimos filmes de Eastwood são obras perfeitas, irretocáveis, e posso citar alguns exemplos como Menina de Ouro, ou Sobre meninos e lobos, porém, em Gran Torino, o gênio cimenta seu nome como a maior e mais rara joia que o cinema atual possui. Se como diretor ele já é perfeito, sabendo conduzir uma obra até o seu clímax, como ator, Eastwood realmente preenche a tela, especialmente nesse filme, com suas tradicionais frases de efeito e seu carisma incomparável.
 
Na história, Walt Kowalski (numa interpretação memorável, cheia de espírito e presença de Clint Eastwood) é um patriota conservador, veterano da guerra da Coreia e trabalhador aposentado da indústria de automóveis americana, que acaba de se tornar viúvo. Agora ele não gosta do rumo que sua vida tomou: rodeado de filhos interesseiros e netos “modernos” demais, ele faz questão de afastar a todos com seu jeito rabugento e intolerante. Então, para “melhorar” ainda mais a situação, uma família de imigrantes do sudeste asiático muda-se para a casa ao lado.
 
Imagine um veterano da guerra da Coreia, tendo que lidar e conviver com vizinhos asiáticos? O roteiro inteligente e recheado de ironias os coloca frente a frente e, aos poucos Walt vai percebendo que algumas de suas posturas estão equivocadas, e começa a rever seus conceitos.
 
O filme é uma verdadeira lição de vida e todas as pessoas deveriam assisti-lo. É uma daquelas obras que ficam na cabeça anos depois, devido às inúmeras lições que você pode tirar dela. Trata-se de uma obra que transcende o tempo que ela dura, daquelas que você agradece a oportunidade de ter podido assistir. Uma coisa é certa: mais uma vez, Eastwood conseguiu provar o seu valor incontestável para a sétima arte. Não ouse deixar de assistir esse filme...
 

Bem, faltou dizer algo? Ah, sim... "Obrigado, Clint Eastwood"!

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