Invictus
Leia a crítica da inspiradora obra de Clint Eastwood.
Guilherme MartinsPor Guilherme Martins
Recentemente descobri uma nova paixão na minha vida: o Rugby! Confesso que já gostava do esporte, mas só agora tomei coragem (e haja coragem nisso!) para começar a praticar. E tive uma grande surpresa ao assistir um filme que traz como tema uma nação que foi unida através do esporte. Que esporte é esse? Justamente, o Rugby. E o filme é Invictus, do mestre do cinema Clint Eastwood.
A trama conta a história do presidente da África do Sul, Nelson Mandela (perfeitamente interpretado pelo talentosíssimo Morgan Freeman), que viu no Rugby a oportunidade para unificar seu país e seu povo. Na ocasião, ano de 1995, Mandela resolveu apoiar o (então azarão) time da África do Sul às vésperas da Copa do Mundo, que seria realizada no país.
A história por si só já é magnífica e não poderiam ter escolhido alguém melhor do que Clint Eastwood para transportá-la ao cinema. O diretor de Gran Torino é um especialista em colocar sentimento em seus filmes, algo que para mim é essencial na sétima arte. Trata-se de um daqueles filmes que servem para todo o tipo de público, pois ultrapassa a categoria de entretenimento e acrescenta lições de vida.
As interpretações são impecáveis, tanto de Freeman como Nelson Mandela, quanto de Matt Damon como François Pienaar, o capitão dos Springboks (como era conhecida a seleção africana). A direção, por sua vez, também não deixa a desejar, retratando um tema tão delicado como o apartheid de uma forma madura e realista, mas também doce e emotiva, usando como pano de fundo o esporte.
Com esse filme, Clint Eastwood mais uma vez me surpreende positivamente e consegue arrancar lágrimas sinceras, assim como certamente arrancará do telespectador. O mestre do cinema demonstra que continua afiado na direção, imprimindo na obra a sua marca e estilo.
A parte técnica também é louvável, com cenas memoráveis dos jogos, imagens graficamente perfeitas e tomadas em câmera lenta, que deixam o longa mais refinado e grandioso do que ele já seria naturalmente.
Em determinada cena, Mandela pergunta ao capitão François como podemos nos inspirar para a grandeza quando nada nos dá forças? Como se inspira uma nação e todos ao nosso redor para algo grandioso? E a resposta do capitão é: através do trabalho dos outros. Sendo assim, podemos afirmar com absoluta certeza que o trabalho de Eastwood continua inspirando aqueles que o assistem e conseguem absorver toda a sua sensibilidade.
Não importa se você conhece o Rugby, ou até mesmo se gosta do esporte, pois o filme fala sobre uma coisa muito maior. Fala sobre dar a vida e a alma em prol de um objetivo. Sobre perseverar quando tudo ao redor parece conspirar contra você. Sobre a união, que se sobressai diante das diferenças. Sobre o perdão que se sobressai diante da intolerância.
Uma obra magnífica e inspiradora. E para terminar a crítica, resta-me mais uma vez agradecer a Clint Eastwood, por mais uma obra que acrescentou lições na minha vida. Imperdível!
Veja o trailer do filme |