Robin Hood
Leia a crítica do novo filme do herói que rouba dos ricos!
Guilherme MartinsPor Guilherme Martins
O que você esperaria de um filme épico que tem como diretor o talentoso e visceral Ridley Scott e como ator principal Russel Crowe, ainda mais sabendo que ambos estiveram juntos no colossal Gladiador? Agora some isso ao fato de os dois se juntarem para contar a origem de um dos personagens mais famosos do mundo: Robin Hood? O mínimo que se poderia esperar é um filme com um roteiro envolvente, atuações convincentes e cenas de batalha de tirar o fôlego, certo? Errado. Os espectadores que se interessarem em assistir a mais nova adaptação do herói de Nottinghan terão que baixar as expectativas... baixar muito!
São muitos os aspectos negativos do filme, a começar pelo fraco enredo de uma história no mínimo interessante. Toda a lenda envolvendo o herói, o mito, aquele que ninguém sabe se realmente existiu, é jogada pelo ralo em uma história simples e sem sal, que não faria feio em uma Sessão da Tarde, porém em um filme que almeja ser um blockbuster, ela não emplaca.
O ponto louvável do filme é se propor a contar a história de como começou a lenda de Robin Hood e partindo desse pressuposto, vários caminhos originais poderiam ter sido tomados para não acabar caindo na mesmice de milhares de outros filmes. Porém, não é o que vemos aqui. Nos deparamos com um roteiro vagabundo, preguiçoso e no qual todos os caminhos só levam ao lugar comum.
O ator Russel Crowe se esforça na pele do arqueiro, mas percebe-se que a única diferença entre Robin e o “general gladiador” Maximus é que enquanto um usa sandálias e um elmo, o outro usa uma cota de malha. A interpretação não garante o filme e parece que o peso do protagonista foi maior do que Crowe poderia suportar.
Quem viu o trailer de Robin Hood poderia jurar de pés juntos que seria um filme ao melhor estilo Gladiador – maduro, sanguinário, sério e adulto – porém, não se sabe o porquê, a decisão de Scott foi por um filme cuja maior injustiça foi ter recebido uma censura de 14 anos aqui no Brasil, quando poderia ser facilmente classificado como “Livre”.
Durante as duas horas e vinte de filme não se vê quase nenhuma gota de sangue (será que a saga Crepúsculo tá fazendo escola?) e as cenas de batalha são de uma chatice sem igual. Na verdade, até parece que são bonecos ou manequins nas cenas de guerra, já que não consigo imaginar humanos levando flechadas sem sangrar...
Esse detalhe, somado a outras várias falhas vão diminuindo o valor do filme. Entre elas, uma outra grave é querer empurrar goela abaixo do espectador o perfil de herói do protagonista, que participa de todas as frentes de batalha, salva a pele de meio mundo, liberta povoados da opressão, mata zilhões de inimigos sozinho e ainda encontra tempo para conquistar o coração de Marian (ufa!).
Por fim, trata-se de um filme que rende menos do que o esperado, mas pode agradar os menos exigentes. No meu caso, Robin Hood alcançou seu propósito: roubou o meu tempo e o dinheiro do meu ingresso.
Confira o trailer do filme! |