Zumbilândia
Leia a crítica deste "terrir" com zumbis!
Guilherme Martins
Por Guilherme Martins
Terrir. Tá aí um estilo que pode gerar muita controvérsia. Como o próprio nome já diz, trata-se de um filme de terror com toques de comédia (ou vice-versa). Em geral, esses filmes são como comédias românticas (que em sua maioria não soam bem como comédia, muito menos como romance). Porém vou falar de um filme que cumpre bem o seu papel de terrir: Zumbilândia!
Na trama, o jovem nerd Collumbus (interpretado por Jesse Eisenberg) é um dos únicos sobreviventes de uma infecção causada por um hamburger com o vírus da vaca louca, que transformou as pessoas em zumbis. Trata-se de um viciado em videogames, solitário e virgem, que só sobreviveu ao holocausto zumbi porque é um cagão e segue rigidamente sua lista de regras.
Até que ele encontra Tallahassee (maravilhosamente e hilariamente interptretado pelo talentoso Woody Harrelson), que é o oposto, não tem medo de nada e é o melhor naquilo que faz: matar zumbis. A parceria dos dois é inevitável, até que surgem duas irmãs Wichita e Little Rock (Emma Stone e Abigail Breslin, de Pequena Miss Sunshine), que se mostram um pouco mais “espertas” diante deste cenário apocalíptico.
Como sempre em filmes de zumbis, desde os clássicos do mestre George Romero, as próprias criaturas são deixadas de lado para tratar de temas como o convívio em meio ao caos e, no caso deste longa, também as cenas hilárias que esse convívio de pessoas com personalidades tão distintas pode gerar. E é justamente daí que vem toda a graça do filme.
Esqueça todo o medo e tensão vistos nas outras obras de mortos-vivos. Aqui todo o desespero dá lugar à diversão! Afinal, o mundo deserto pode sim ser um prato cheio, como ficar em casa quando seus pais saem de férias. Os personagens extravasam de diversas formas possíveis, exterminando os zumbis das maneiras mais criativas já vistas no gênero. E a sequência do parque de diversões é divertidíssima e impagável.
Não se engane, obviamente temos as cenas de canibalismo que se esperam de um filme de mortos vivos. Os baldes de sangue, as vísceras expostas, as gosmas e cenas nojentas, além dos tiros na cabeça, estão lá. Porém, tais cenas são mostradas de forma tão caricata que em nenhum momento causam medo. E creio que nem fosse essa a intenção.
O longa é divertimento puro do primeiro ao último minuto, contando com atuações competentes, uma boa direção, fotografia impecável (principalmente na qualidade das cenas em câmera lenta logo na introdução), trilha sonora excelente e um roteiro hilário. Imperdível para quem curte humor negro e zumbis!
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