Rodeio, cultura, entretenimento...
No último dia 22, o jornal Bom Dia Sorocaba publicou duas cartas de seus leitores com argumentos favoráveis aos rodeios e nos atacando – ao grupo que articula o Movimento Sorocaba sem Rodeio.
Respondi a carta nos seguintes termos.
Rodeio, cultura, entretenimento...
Com relação às duas cartas publicadas na edição de 22 de outubro no “Bom Dia”, argumentando que os Rodeios são atividades culturais, que movimentam a economia, que os touros não são machucados, que fazemos churrascadas com carne bovina em nossas reuniões (sic), gostaria de manifestar-me.
O Coliseu da Roma antiga já teve atividades consideradas, naquela época, como “culturais”, promovendo o “entretenimento” da população; as touradas, infelizmente, ainda reúnem milhares de admiradores em boa parte do mundo, embora haja um número cada vez maior de “torcedores do touro”; as brigas de canários e galos também já foram consideradas “culturais”. Movimentar a economia? Ora, a compra e venda de drogas também movimenta. Então, calcar as argumentações em “entretenimento” “Cultura” em “geração de empregos”, é por demais superficial. Nem vou entrar nessa argumentação pobre de que fazemos churrascadas.
O debate é: de que cultura estamos falando, de que tipo de entretenimento?
O que está em debate, no plano de fundo, são os paradigmas que devem alicerçar a relação do homem com o meio ambiente, incluindo-se aí sua relação com as árvores, com os rios, com os animais selvagens, com os domésticos e domesticados, enfim, sua relação com o planeta. As perguntas são: porque fazê-los sofrer para nossa diversão? Que direito temos sobre eles a ponto de torturá-los e matá-los para nosso prazer?
Por último, os missivistas querem nos fazer crer que não há sofrimento animal, tortura e estresse nos rodeios. É, os bois e cavalos corcoveiam de plena felicidade para serem aplaudidos ao final. A gente é que, em nossa ignorância, não entende essa sutil linguagem animal.
Para saber mais acesse campanhasorocabasemrodeio.blogspot.com