O Bom Senso no futebol brasileiro
A noite de 13 de novembro foi emblemática para o futebol nacional. Nas partidas do Campeonato Brasileiro realizadas na data, jogadores pertencentes ao grupo Bom Senso FC – que pede melhorias no calendário e nas condições trabalhistas – cruzaram os braços após o apito inicial. Um dos protestos aconteceu em Itu, na partida entre São Paulo e Flamengo.
A manifestação aconteceria em qualquer estádio, seja no Morumbi ou no Maracanã. Mas quis o destino que o Tricolor Paulista fosse punido com a perda de mandos de campo e tivesse que realizar a partida contra o rubro-negro carioca no Estádio Novelli Júnior, na nossa Itu – cidade que é considerada o berço da república e que pode também ser lembrada, no futuro, como berço do bom senso no futebol.
A reivindicação é justa. O futebol nacional tem um calendário todo errado, sem pausas para pré e inter-temporada e férias de 30 dias, direito garantido ao trabalhador brasileiro – seja ele um operário de fábrica ou um atleta milionário. A falta dessa estrutura interfere diretamente na qualidade das partidas e no rendimento de atletas que, exaustos, acabam ficando de fora de diversos jogos por conta de lesões.
Outra exigência do grupo é o chamado “fair play financeiro”: clubes com dívidas trabalhistas e demais pendências precisam ser punidos, seja com o rebaixamento ou a perda de pontos. Simples assim. As equipes precisam perder o que mais estimam – no caso o desempenho esportivo – para assim começar a realizar gestões inteligentes e modernas.
O grande problema disso tudo é o adversário do Bom Senso FC: a toda poderosa Confederação Brasileira de Futebol, responsável pelo esporte mais amado do país e que ainda é controlada por pessoas do naipe de José Maria Marin, um dos políticos mais pilantras do Brasil. Gente que pensa de maneira retrógrada e com um único intuito: o lucro exorbitante conquistado com direitos de TV e outras fontes.
Que o gesto realizado pelos jogadores na histórica noite de 13 de novembro seja apenas um aviso aos poderosos do futebol nacional: se o que é pedido não for atendido, a paralisação não será por apenas alguns segundos, mas sim pra valer. Uma greve que afetaria de forma certeira o ponto principal, que é o bolso dos generais do esporte bretão. Aí quero ver as exigências sendo ignoradas...
Veja no vídeo o protesto dos jogadores: