Elias Lobo, um momento na música brasileira

Vida e Obra

Importante compositor e regente, Elias Lobo nasceu em Itu, em 1834, e ainda criança ficou órfão. Começou a estudar música na banda da cidade, graças ao suporte dado pelo Padre Diogo Antônio Feijó, e iniciou-se compondo música para festas de salão. Posteriormente ele estudou em São Paulo e no Rio de Janeiro com o compositor do Hino Nacional Brasileiro, Francisco Manuel da Silva.

Estudou violino e compôs a princípio peças ligeiras. Em 1855, sua primeira missa foi interpretada em Tietê. Três anos depois outra missa sua, dedicada a D.Pedro II, foi cantada na Capela Imperial, no Rio de Janeiro. Em 1858 escreveu a ópera “A noite de São João”, considerada a primeira ópera escrita e estreada no Brasil.

A dificuldade em sobreviver do ofício de música fez com que Elias vivesse muito tempo fora de Itu, inicialmente no Rio de Janeiro de onde deveria partir para estudos na Itália, com subvenção do Imperador, mas o governo paulista não foi capaz de sustentar sua família que ficaria em Itu. Mudou-se em 1876 para Itatiba, depois para Campinas, onde escreveu a Oratória à Imaculada Conceição, que inaugurou a nova matriz (hoje Catedral). Em São Paulo trabalhou como Mestre-de-Capela da Igreja de Santa Cecília e Professor de Música nas Escolas Públicas.

Além de sempre presente no mundo da música, Elias Lobo também participou da famosa Convenção de Itu, realizada em 1873, que deu origem o Partido Republicano Paulista. O compositor faleceu em Itu, em 1901, trabalhando até seus últimos dias.

Principais Obras
Durante cinqüenta anos Elias Álvares Lobo compôs quinze Missas, toda a Semana Santa, duas Óperas, centenas de pequenas peças profanas, para piano e canto, além de dobrados para as bandas.

Além da famosa composição “A Noite de São João”, Elias Lobo escreveu outras importantes obras. Dentre as óperas destaca-se ‘A Louca’, que nunca foi levada à cena, pois parte dela desapareceu do Diretório da Ópera Nacional, no Rio de Janeiro. Elias também escreveu o mais longo solo da música sacra brasileira, a Missa a São Pedro de Alcântara. A obra foi oferecida a D. Pedro II e muito divulgada naquele período.

> Música instrumental: Amor de mãe; Bem-te-vi; Já não vive Délia
> Música sacra: Missa n. 1 (1855); Missa de Nossa Senhora do Carmo (1856); Missa do Espírito Santo (1857); Missa de São Pedro de Alcântara (1858); Missa para a igreja da Ordem Terceira do Carmo (1864); Missa n. 6 (1867); Missa do Senhor do Bom Jesus (1874); Missa n. 9 (1876); Missa n. 10 (1876); e Semana Santa (1872).

Muitos de seus trabalhos musicais foram perdidos e alguns deles só foram restaurados recentemente.

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