Cinema

Publicado: Segunda-feira, 23 de junho de 2008

Sex and the City

Leia a crítica do filme inspirado na famosa série de TV!

Sex and the City
"O filme tem como tema, além do sexo, as aspirações da mulher moderna, independente e bem-sucedida"
Por Guilherme Martins
 
Baseado em uma série de sucesso de mesmo nome e que revolucionou a imagem da mulher moderna, o filme não foge muito ao padrão das comédias românticas norte-americanas. Porém, por motivos óbvios, seria incorreto classificá-lo como um filme familiar.
 
Assim como na série, o filme é narrado pela personagem Carrie Bradshaw (Sarah Jéssica Parker, que também é produtora do longa) e tem como tema, além do sexo,  as aspirações da mulher moderna, independente e bem-sucedida. Carrie é uma escritora de sucesso que está prestes a se casar com o homem perfeito, Miranda cuida do filho e enfrenta uma crise sexual no casamento, Samantha é viciada em sexo e leva uma vida de princesa ao lado do namorado, um astro de Hollywood, até conhecer seu novo vizinho. E, por fim, Charlotte (talvez a única “normal” das quatro) que vive um casamento perfeito com sua filha adotada. A princípio essas quatro amigas podem parecer diferentes, mas todas têm em comum o fato que embora sejam bem-sucedidas, ostentem roupas de grife e morem em apartamentos luxuosos, acabam enfrentando problemas no amor.
 
É curioso que, num filme com o propósito claro de ressaltar o orgulho feminista presente na série e provar que a mulher moderna pode se dar bem sozinha, ocorra esse tipo de abordagem. Acaba revelando-se uma pequena deturpação na antiga proposta da série e no ideal feminista e consumista das protagonistas, porque embora o longa aposte no poder da mulher moderna e auto-suficiente, acaba caindo em contradição, já que durante todo o filme elas estão procurando nada mais, nada menos, do que um homem certo para amar.
 
É justamente esse amor que, com exceção de Charlotte, todas não conheciam ou procuravam evitar. A conclusão que se chega após assisti-lo é que embora elas tenham tudo, havia a ausência do bem mais precioso, que seria o amor de um homem. E o filme, que começa abominando o amor, acaba reconhecendo sua importância e narra a busca por esse bem. 
 
Durante suas quase duas horas e meia de filme, há situações engraçadas e dramáticas, que rendem um bom programa. Como é direcionado ao público feminino, os homens, como eu, acharão um sacrifício ter que passar todo o tempo vendo moda, glamour e outros homens que aparecem a todo momento com o menor número de roupas possível, e às vezes, sem nenhuma. As mulheres, claro, não terão a mesma opinião a respeito.
Comentários