Batman - O Cavaleiro das Trevas

Por Guilherme Martins

Sempre fui fã de Batman. E como todo fã de Batman, sempre sofri pelo fato de o herói nunca ter sido bem representado nos cinemas. Isso até 2005, com a estréia de Batman Begins que recomeçou do zero toda a história, apagando os filmes vexatórios dos anos 80. Nesse filme, os fãs puderam ver um Batman mais humano, agressivo, violento e sério. Logo no final (para quem se lembra) Batman está no topo do prédio do distrito policial de Gotham quando o, então Tenente, James Gordon lhe entrega uma carta de baralho com um coringa desenhado e diz: “Temos um novo lunático na cidade, acho que você vai gostar dele. Afinal ele gosta de fantasias como você”.

Desde então fiquei aflito esperando essa continuação que seria com o maior vilão da história de Batman. A espera valeu a pena. Em Cavaleiro das Trevas, vê-se o que nunca foi mostrado em um filme de super-herói antes: Um vilão decente. E que vilão! Coringa, numa interpretação memorável do ator Heath Ledger, (morto em fevereiro por uma overdose de medicamentos) toma a cena em todos os momentos que aparece, com suas frases de efeito e seu jeito cruelmente imprevisível. Sua presença inspira medo, nervosismo e insegurança nos espectadores. Durante o filme todos só aguardam qual será o próximo ato de “loucura e insanidade” que o personagem fará, como na cena do “truque” com o lápis. Se existe uma palavra para definir o Coringa nesse filme, a palavra é “Caos”. Antes da estréia do filme havia rumores que a atuação de Ledger como Coringa talvez superasse a de Jack Nicholson, no filme de 89. Devo dizer que supera sim, e muito. Ledger reinventou o Coringa, mantendo seu inconfundível humor negro e acrescentando frieza, crueldade, anarquia, revolta e sarcasmo ao vilão.

Na verdade, o Coringa é mais do que um simples vilão, ele é a síntese da existência de Batman. Como sabemos, Batman não é um herói. Ele é apenas um cidadão que luta contra o crime. Não possuí poderes ou força sobre-humana e passa por constantes crises de identidade sobre qual o limite entre justiça e vingança. O Batman do filme não é um herói, ele pode até ser considerado um anti-herói. A presença do Coringa, só vêm a humanizar ainda mais o Homem-Morcego, e a influência que o vilão exerce sobre o herói, acaba deixando-o mais frio, violento e justiceiro. A relação entre eles pode ser definida numa fala do vilão para Batman. Coringa diz: ''Matar você? Eu não quero matar você! O que eu faria sem você? Você me completa!''. Dessa forma, Coringa é uma versão descontrolada e sem princípios de Batman.

O filme também é repleto de cenas de ação de tirar o fôlego, como a seqüência do assalto ao banco ou das cenas de Batman com seu mais novo veículo, uma moto super equipada com armas e tudo o mais. A fotografia é linda e passa a imagem de estar dentro de uma Gotham City coberta de trevas, assim como o título sugere.

Maduro e sombrio, posso afirmar que estamos diante do melhor Batman de todos. E talvez do melhor filme de super-herói do cinema. Finalmente os fãs de Batman terão mais um motivo para se orgulhar do herói.

A versão para locação e venda também possui a opção em edição especial, com DVD duplo, recheado de extras e cenas dos bastidores. Sem dúvida alguma, imperdível para quem é fã!

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