Lourdes Fruet fala sobre seu irmão, Dr. Alfredo
Renan PereiraAlfredo...Dr. Alfredo...Dr. Alfredo José Rodrigues Fruet...
Nasceu em Itu no dia 18de abril de 1944.
Terceiro filho de Alfredo Fruet e Francisca Rodrigues Fruet, teve em Itu excelente palco para uma infância feliz.
Na época em que quase tudo era permitido, sem os riscos da violência e de contrair qualquer doença, brincou com bolinha de gude (“fubeca” na linguagem da época), jogou futebol com os pés descalços (no “campinho” da Portela, hoje Bairro Brasil), andou de bicicleta, de patinete, jogou pião na calçada, machucou-se como qualquer criança de seu tempo, tendo, inclusive, cicatrizes de pontos “costurados” na cabeça e no cotovelo.
Chegou a ter entre seus animais de estimação um galo e um bode.
Iniciou seus estudos no Colégio Patrocínio onde foi recebido pela Irmã Noêmia, que muitos anos mais tarde foi sua paciente.
O curso ginasial e o colegial (Cientifico) fez no Instituto de Educação Regente Feijó, o “Ginásio do Estado de Itu”, sob a direção do sempre lembrado e estimado Professor João dos Santos Bispo.
Cursou Medicina na Faculdade Lusíadas em Santos, onde se formou em 1974.
Casado com Gilda Maria Lui Fruet, possui três filhas, um genro e dois netos.
Desde o primeiro dia em que começou a exercer a sua profissão (no INPS da época, no prédio da Praça Pe. Miguel, onde foi recebido pelo saudoso Pereca), estabeleceu verdadeira empatia com os doentes e, principalmente com os idosos.
Com grande dose de disponibilidade e paciência, o Dr. Alfredo no exercício de sua profissão, como se tivesse todo o tempo do mundo, sempre ouviu ( as vezes repetidamente, na mesma hora), a história de seus pacientes
Com isso estabeleceu, desde o início, uma relação de camaradagem com eles, tornando-se, em poucos minutos um grande amigo.
Em resumo,podemos dizer que o Dr. Alfredo é uma pessoa humilde e especial, que costuma chegar de mansinho, conquistando com muito carinho todos que o cercam.
Antes do exame clinico nos pacientes, procura primeiro examinar a parte que dói da alma.
E, como sabemos, geralmente, a alma dói mais que o órgão doente.
São dores da miséria, da incompreensão, dos atritos, das humilhações, da velhice e do abandono.
‘As vezes são dores sem cura, de pessoas que não encontram no dia a dia, nem ao menos, quem tenha paciência e tempo para ouvir suas mazelas e inseguranças e demonstre um mínimo de interesse por suas vidas.
Aî, em virtude, talvez, de seu carisma para ouvir e respeitar os mais velhos , o Dr. Alfredo não escolheu voluntariamente sua especialidade – a geriatria. Foram os idosos que o escolheram.
Com isso, não raro, ouvimos diversos pacientes dizer que o Dr . Alfredo realiza “milagres”.
E quantas vezes não ouvimos que a simples presença do Dr. Alfredo faz com que seus pacientes se sintam curados?
Os “milagres” do Dr. Alfredo, sem desmerecer as qualidades do competente médico que é, são os milagres da compaixão.
Esse sentimento tão ausente nos dias de hoje, faz com que ele tenha a capacidade de sentir as dores alheias como se próprias fossem.
Assim, ao fazer um breve resumo de seu “curriculum”, optamos por ressaltar as qualidades que não se conquistam com diplomas e com cursos extra-curriculares.
As qualidades de médico “pessoa humana” que não são conquistadas em escolas, foram adquiridas com formação moral e com um jeito humilde de ser, jeito esse peculiar das pessoas grandes que, como ele, não têm medo de competição e nem visam lucro desenfreado, porque são autênticas e valorizam as qualidades das pessoas, por mais simples e insignificantes que sejam aos olhos dos homens.
Em resumo podemos dizer que o Dr. Alfredo, tantas vezes comparado com “Anjo” em publicações de agradecimento em jornais da cidade, é a presença que toda pessoa almeja ter nos momentos de sofrimento e dor.
Pena que seu dia tenha somente 24 horas...