Cotidiano

Publicado: Quinta-feira, 11 de maio de 2017

"Mamãe e avó"

Confira entrevista com Rita Arruda Zacharias!

Crédito: Arquivo pessoal "Mamãe e avó"
Rita brinca na praia com seu neto Alexandre

Itu.com.br – Como se sentiu quando soube que seria “mãe” pela primeira vez?

Rita -
Foi uma grande alegria, porque eu queria muito. Me lembro que depois do exame nós até saímos para comemorar com os amigos. Eu acertei que estava grávida, descobri logo porque sentia umas pequenas cólicas, a boca ficava cheia de água e eu tinha vontade de comer muita coisa ácida. Eram coisas que mudavam na gente e como eu sou muito ansiosa, quis fazer logo o exame e descobri.


Itu.com.br – Você sempre quis ter filhos? Sonhava em ser mãe?

Rita - Eu sempre quis ser mãe. Tive meu primeiro filho dois anos após o casamento, com 29 anos. Pelo meu marido a gente teria esperado mais tempo, mas eu queria muito engravidar. Depois que eu tive dois meninos, meu marido não queria mais ter filhos, só que antes da operação eu acabei engravidando de novo.


Itu.com.br 
– Como foram suas três experiências de gestação?

Rita - Minha primeira gestação foi tranquila, eu tive um pouco de enjoo no começo, mas depois do quarto mês em diante foi sossegada. Só no último mês que estava muito calor, era época de Carnaval e eu sofria para dormir. Já no começo da segunda gravidez acabei tendo um pouco de sangramento e fiquei em repouso, mas por pouco tempo. Na última, que foi uma surpresa, também foi tranquilo. Eu morava em São Paulo e fiz todos os meus pré-natais lá, mas vim ter meus bebês em Itu, porque minha família morava aqui. Eu ficava na fazenda com eles, seguindo os cuidados da quarentena e depois voltava para a capital. Minha mãe me ajudava, porque eu era muito preocupada e aqui eu ficava tranquila. Só descobri o sexo dos meus dois primeiros filhos na hora do parto. Naquela época não se fazia o ultrassom como hoje. Eu sempre quis ter uma menininha, vieram dois meninos, mas com saúde e isso que importava. A Luiza foi a única que eu fiz o ultrassom e descobri que era menina.


Itu.com.br
 – O nascimento é a hora mais esperada da gravidez. Como foi seu primeiro parto?

Rita - O parto para mim foi uma coisa difícil, porque eu sou uma pessoa muito ansiosa, nervosa e eu tinha medo. Um ano antes eu assisti ao parto da minha irmã e foi tudo maravilhoso, parto normal, quando o médico chegou o bebê já estava nascendo e então eu fiquei mais tranquila. Só que quando fui eu, comecei a sentir dor de madrugada, era 1h da manhã e só fui ter o bebê às 17h da tarde. Minha bolsa não arrebentava e eu sentia muita dor. Eu até falava que queria mudar o parto para cesariana, mas não quiseram me ouvir. O médico que acabou estourando a bolsa e o parto foi complicado porque o Renato estava com o cordão enrolado no pescoço. Então foi um parto normal, mas difícil, muito dolorido. Eu até fiz uma promessa para Santa Rita, que se ele nascesse bem eu iria todo ano acompanhar a procissão dela. E todo ano eu e o Renato vamos juntos. Só que a hora que a criança nasce você esquece tudo. É uma emoção tão grande, uma coisa tão linda.


Itu.com.br
 – Você teve uma experiência difícil em seu primeiro parto. O nascimento de seus outros filhos também foi assim?

Rita - No parto do André, como eu tinha sofrido muito antes, eu quis fazer cesariana. Já havia marcado a data com o médico. Dias antes, minha irmã teve o seu segundo filho e eu vim ao hospital para visitar eles na maternidade. As pessoas ficaram me dizendo que eu não devia ir, porque se vai fazer visita e está grávida a criança nasce, aquelas superstições de antigamente. Mas eu fui mesmo assim. No dia seguinte eu levantei e estava bem, mas quando eu sentei para fazer xixi começou a me dar dor. Então tivemos que ligar para o médico e avisar que não daria para esperar, que ele teria que nascer antes. E dessa vez foi cesariana, um parto completamente diferente do Renato, não foi nada agitado, tudo calmo. Mas também foi uma emoção muito grande.


Itu.com.br
 – Cada mãe tem suas características que marcam a vida dos filhos. Algumas são ciumentas, perfeccionistas, outras são mais compreensivas, pacientes. Que tipo de mãe você acredita que seja?

Rita - Eu fui uma mãe muito brava, muito exigente. Porque minha mãe era assim, então na criação dos meus filhos eu acho que fui muito severa. Eu também estudei por sete anos interna em colégio, que tinha uma educação bem rígida. Mas eu vejo que hoje eles estão bem, então eu me conformo, acho que não errei muito.


Itu.com.br
 – Você viveu essa experiência especial mais de uma vez e já comemorou muitas datas como esta. Como é o seu Dia das Mães, é uma data especial de reunião com a família?

Rita - Para mim o Dia das Mães nunca foi um dia para eu me preocupar muito, porque era dia de muito movimento no restaurante. Então eu trabalhava de dia e depois que fechava a gente comemorava. Hoje continua assim, mesmo eu não estando mais no restaurante. Mas, por mais que você não queria se envolver, é um dia maravilhoso para a gente, porque não precisa nem festejar. Não precisa de presente, só um bilhetinho para mim é o máximo. E agora está fácil, manda pelo WhatsApp.


Itu.com.br
 – Seus filhos cresceram e construíram suas próprias famílias. Agora além de mãe, você também possui a tarefa de ser avó. É verdade que “os avós são pais com açúcar”? Por quê?

Rita - Eu acho que sim, porque é completamente diferente a sua postura. Quando mãe você sente que seu filho depende de você. Tem que educar, falar “não”, você sofre na educação do seu filho. Agora com meu neto, deixo ele fazer o que ele quer. Não que eu também deseduque, não é o que eu quero. Mas, por exemplo, ele vem passar fim de semana ou férias comigo, a gente sai e anda por tudo. Passeamos de cavalo, de charrete. A gente curte de uma outra forma, não tem aquela preocupação de ter que educar, ter que fazer isso ou aquilo, você tem só a preocupação de agradar para ele ficar feliz. De curtir a alegria dele. E em setembro agora a Luiza vai ter uma menina, a Julia. Sempre que eu posso eu vou ver ela, a gente se fala todos os dias pelo telefone. É uma emoção, uma ligação muito boa. Também tenho uma ligação muito forte com minha nora. Ela é filha única e a mãe dela faleceu há bastante tempo, então eu vivi intensamente também a gravidez dela. Fui ficar os 40 dias na casa com eles, curti muito. É um envolvimento, uma coisa maravilhosa. Eu nunca pensei que fosse ser tão feliz como avó, porque é uma redescoberta de tudo o que aconteceu na sua vida. É uma benção ser avó.  

Comentários