Publicado: Quinta-feira, 26 de abril de 2007
Quais os maiores desafios e dificuldades?
Deborah Dubner
Alfabetizar agora o analfabeto funcional, aquele que lê e acha que entendeu ......e dar mais qualidade ao ensino, desde o 1 º grau até a faculdade e com isto formarmos melhor os nossos professores. (Esmeralda Macedo Serpa, coordenadora da área de Turismo e Hospitalidade do Ceunsp e do Centro Paula Souza)
A educação não pode mais ser aquela tradicional, pois sabemos que ela não desperta a curiosidade dos alunos. Então, nosso maior desafio e dificuldade é fazer o diferente, olhar para o mundo "fora da caixa", deixar o tradicional de lado e inovar, já que temos que preparar as crianças para o mundo, cuja evolução é tão veloz. O problema é que nem sempre essa mudança é aceita pelos pais. (Maria Rita G. Pascale, Diretora Geral do Colégio Almeida Júnior – Itu)
Desafios:Em pleno século 21 onde o conhecimento está num fluxo crescente o que é mais importante, na minha opinião, é a inovação.
Dificuldades: Há 1000 anos a escola usa uma sala de aula com cadeiras enfileiradas uma atrás da outra e o professor de uma disciplina à frente, detentor do saber.
(Patricia Otero, colunista do site www.itu.com.br - pedagoga, coodenadora de projetos da ong 5 Elementos e secretária do Meio Ambiente de Itu)
Para mim, são a perspectiva que os alunos têm quanto ao futuro e as más condições da rede pública de ensino. Alguns alunos estudam em escolas sem as mínimas condições necessárias para o conforto dos alunos: sem energia elétrica, sem carteiras, sem merenda, sem professores para todas as disciplinas dentre tantos outros fatores. Qual a motivação que os leva à escola? Por outro lado, outros alunos não sentem-se motivados a terminarem seus estudos ou seguirem para uma graduação, pois o quadro do país é de um aumento no índice de desemprego. Conversando com alguns dos meus alunos da rede privada de ensino, eles disseram que não querem cursar uma Universidade porque não “querem estudar à toa, já que não terão emprego no Brasil e só os políticos que ganham nosso dinheiro”. Alguns querem, ainda, cursar a Universidade no exterior para depois trabalhar fora do país. Isso é péssimo para o Brasil, pois além de desmotivar seus jovens, ainda “expulsa” profissionais que poderiam qualificar-se aqui e melhorar muitos setores da nossa economia. Mas, o que também desmotiva demais os jovens é a desigualdade social. O que é mostrado para eles é que quem ganha dinheiro no Brasil, hoje, são os políticos (principalmente os desonestos) e as pessoas corruptas. Outro ponto que eu vejo como educadora, pesquisadora e cientista é também a falta de incetivo à pesquisa no Brasil. Temos visto vários profissionais extremamente qualificados perderem seus empregos justamente porque são qualificados demais! Isso é um absurdo e desmotiva cada vez os brasileiros. Meu curriculum mesmo foi desclassificado por duas empresas porque eu tinha Mestrado! Então, o que o Brasil quer? Que nós não estudemos? Por outro lado, temos também um paradoxo acontecendo nas Universidades: algumas Universidades privadas estão demitindo os professores mestres e doutores por não poderem pagar os salários que lhes são cabíveis. Já as Universidades públicas estão exigindo cada vez mais a qualificação dos seus professores. Antigamente, para lecionar na Universidade pública, o profissional necessitava apenas da graduação e algumas exigiam o título de Mestre. Hoje, nenhuma Universidade pública aceita um professor que não tenha, no mínimo, o Doutorado. E fica a pergunta na cabeça dos jovens: investir ou não nos estudos? Como estudar numa escola que não possui carteira escolar? Tentar acabar com essa corrupção e mudar o quadro do Brasil? Essa última eu acho que é a melhor opção para eles. Por mais que seja difícil, eles têm que acreditar no nosso país. (Flávia Vieira Nunes, colunista do site www.itu.com.br - Professora de Biologia e Ciências no Colégio Cidade de Itu – Anglo)
Não é novidade que são inúmeros os problemas no Brasil quanto à Educação. Porém, creio que o maior deles é a atual precariedade do Ensino Básico que compõe os primeiros anos de experiência escolar para nossas crianças. Não obstante o heróico esforço de professores e professoras, é inegável que parte dos alunos e alunas chegam à adolescência e à fase adulta sem compreender o básico em matérias como Língua Portuguesa e Matématica. Investir e privilegiar o Ensino Básico é o segredo para a boa formação escolar dos brasileiros. Não fazer isso é como construir uma casa sobre areia movediça, pois como poderemos exigir de alunos um bom desempenho em faculdades e cursos de pós-graduação se não conseguem fazer um simples exercício de interpretação de texto?
(Salathiel de Souza, colunista do site www.itu.com.br - jornalista)
O maior desafio é a desigualdade de oportunidades existentes entre os estudantes brasileiros. Poucos têm acesso a uma educação de qualidade. Não é colocando cotas
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